Corro à sala da tia Graça
Que mais parece uma jaula
Uma desgraça
E acho graça.
Gente! São quarenta pestinhas!
Todas espertinhas
De dar morte ao miocárdio
De dar manchete em rádio
Pelo descaso das autoridades
Que fazem lavagem cerebral
Semelhante aos nazistas
Pessimistas.
Ainda tem individuo que critica a tia Graça
Dizendo que a greve na praça
É ilegal
É anormal.
O povo é mal educado
E mal humorado
Vive alienado
Quando aceita de boca calada
A cara descarada
Do opressor
Que suga o professor.
A tia Graça
Aguenta tanto abuso
Quando um sujeitinho diz que trapaça
Outro diz que odeia tal raça
E ela fica parada igual estátua
Por que a lei atende ao infrator
Desprezando o lecionador.
A turma espremida na sala quente
Quase deixa a tia Graça louca
Ela vive rouca
Adeus as cordas vocais
Que se foram com as vogais
Para o mundo da lua
Para o meio da rua.
Entrevistei a tia Graça
Ela declarou que vai mudar de profissão
Agora vai costurar calção
Que dar lucro
Sem levá-la precocemente ao sepulcro.
Pessoalmente prefiro viver da caça
Do que assumir a vaga da tia Graça
Que ganhou vários pés de galinha no rosto
E quando procura o médico no posto
Morre de desgosto
Quando ele está de férias
Só volta em agosto.
Anteontem (se não me foge à memória)
Vi o olho inchado
Vi o olho inflamado
Da tia Graça que...
Coitada! Levou um murro
Ao apartar a briga do anjo
Que chamou o colega de "burro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário