Lembro-me da infância
Quando a mamãe mandava eu varrer a casa
E eu criava asa
Isto é, fugia brincar de bila
Com amigos da vila.
Ao retornar da balada infantil
Mamãe puxava as minhas orelhas
Colocava-me de joelhos
Em cima da palma ou planta chamada orelha-de-coelho
Dava carão que doía mais do que o castigo
Dizia que eu era desobediente
Merecia castigo
Ou seja, o cavalo do cão ia me pegar.
Resultado: Passei a viver enfurnado
Passei a ser um garoto isolado
Que se escondia da sociedade
Por causa da seriedade do castigo
Chamado cavalo do cão
O qual pensei que fosse o demônio.
O tempo foi se adiantando
E certo dia descobri o rosto do cavalo do cão
Que não tem nada de cão
Que não passa duma libélula
Dum inseto que mata aranha
Através de artimanha.
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