Lá vem a multidão trazendo algum resto de corpo
É um corpo desprezível
Um envelope frágil
Que ninguém dava nada
Por ele.
A população carrega o restante de carne
Rumo ao sepulcro
Sem lucro
Para tal ação.
Nem sabemos se há ossos
Porém imaginamos que existam poços
Onde o defunto será lançado
Para sempre.
Poucos choram
Como se a pobre alma morta
Não fosse querida
Não tivesse familiar
Nem um lar
Para descansar.
Os restos mortais são leves igual cinza
E a reportagem
Faz a cobertura
Filma a imagem
Que triste paisagem!
Pode-se perceber que o povo são formigas
As quais levam o resto de cadáver
Da coitada
Da barata.
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