sábado, 16 de abril de 2022

MESMO ACORRENTADO... ESCREVO

 





Um quarteto de seres mascarados

Arrombaram meu lar

Quiseram me calar

Meus braços acorrentaram

Para eu não poder digitar.


Toda vez que me mexo

As correntes balançam

Fazem barulho

Quebram meu orgulho.


Eles (desconhecidos) acharam que eu iria me acovardar

Eles me fizeram medo

Quando me acordaram cedo

Para me pôr o terror psicológico

O cárcere privado

O presídio fisiológico

- Entende?


Prossigo firme e forte

Não temo a foice da morte

Teclo com os olhos

A visão toca às letras

O olhar comanda a tela

Fujo da cela

As correntes se despedaçam

Resisto a Lei da Mordaça

Eu viajo pra Mombaça

Eu entro na balsa

Não levo celular

Fico desconectado

- Pobre coitado!




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