Olho-me no espelho
tento ver a córnea
mas... não queria ver a minha
e sim a sua.
Insisto em observar o teu olhar
quando algo começa a cornear
a chifrar
e não suporto a cornada
chamo o corneteiro
para tocar
a corneta.
Busco seus olhos castanhos
que são córneos
daí... tenho uma visão
talvez uma mera miragem
de pupilas corníferas
de íris cornificadas
e sofro córner.
Logo contemplo um licórnio
com seu único corno
inveja os demais seres cornudos
que chupam suco com canudos
recicláveis.
Não sei o porquê ainda...
Toda vez que procuro olhar teus olhos no espelho
algo vem me cornear
vem me chifrar
e consegue
persegue.
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