Sou uma pedra dura
Igual rapadura
Que quebra dente
Das gentes.
Sou uma pedra solitária
Que reside na beira da estrada
Onde passam os vivos
Com suas gargalhadas
Nem me cumprimentam
Por serem ignorantes
E orgulhosos.
Sou uma pedra suja
Banhada pelas águas turvas
As quais me humilham
Ao relento
E me arrebento.
Sou uma pedra esquecida
Tão esquisita
E jamais recebo visita
Apenas sofro calada
Nesta vida angustiada.
Se eu não fosse pedra
Gostaria de ser algo mole
Quem sabe uma esponja
Sem lisonja.
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