Deu dó
jogar na lixeira
meu caderno de textos
bem antigos
devorados pelos cupins
esses destruidores
traidores
roedores
de madeira
de papel.
Deu pena
jogar na lixeira
minha amiga caneta
companheira de anos
nas madrugadas
quando escrevíamos
poemas
poesias
temas
rimas.
Deu pavor
jogar na lixeira
um livro velhinho
que ganhei de presente
aí... a água da chuva caiu da goteira
estragou as páginas
destruiu o volume
e assim desmoronei do cume
do píncaro
do pináculo.
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