Verão de mil e novecentos e oitenta e nove
Duro sertão
Pulo cercas
Na seca.
De repente...
Percebo uma rolinha a tomar água no poço profundo
À beira
À beirada.
Tal ave se assusta ao notar minha presença
E logo voa
Sobrevoa
Até o topo
Da árvore
Onde sente-se segura
Ao cantar.
O sol escaldante me incomoda
Todavia a voz da meiga rolinha
Deixa-me calmo
Não calvo.
Gravo a canção da rolinha
A qual pega o microfone com carinho
Solta a garganta
Dispara as cordas vocais
Deixando-me de queixo caído
Perante os elementos naturais.
O canto da rolinha fez-me esquecer o cansaço físico
Então sinto-me renovado
Todo empolgado
A prosseguir
Na vida.
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