Outra vez
Pensei em desistir
De tudo
Ou seja, da escrita
Da labuta
Da vida
Da luta.
Todo dia
É uma nova página
Mas... um dia é bom
Outro é ruim
E assim
A gente vai levando
Empurrando.
Nem conto as vezes
Que pensei em desaparecer
Morrer
Deixar de escrever
Para você ler.
Nem conto as vezes
Que veio um desânimo
Um desgosto pela vida
E uma ferida
Difícil de sarar.
Nem conto as vezes
Que planejei suicídio
Talvez uma picada de ofídio
Todavia um anjo divino
Não permitiu.
Sou ciente
De que a desistência
É para os fracos
E que tenho pouca paciência
Para viver
Para lavar frascos
Para respirar
Para digitar.
Acho que cansei da lida
Da rotina querida
Dos espetáculos das letras
Das mutretas
Das borboletas
Das varetas.
- Quem nunca passou por momentos difíceis?
Por favor levante a mão
Pois quero produzir uma dissertação
Depois divulgá-la pra todo o planeta
Como forma de incentivo
O maior milagre.
Penso em desistir de mim mesmo
Também de um amor que perdi na estrada de Santos
E depois disso... jamais fui normal
Fui simplesmente um jornal
Não lido
Perdido
Esquecido
Esquisito.
Quisera eu voltar ao tempo pretérito!
Olhar onde errei
Tentar me consertar
Concertar
Concentrar.
Vou parar
Evito murmurar
E o que me faz prosseguir
São esses textos
São meus leitores
Que visualizam
Que leem
Que veem.
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