Vejo uma multidão de pessoas
Escondo-me na caverna
Não vou à taberna.
Estou antipovo
Viro uma pólvora
Explodo
Com odor
De iodo.
Sou o mais novo morcego
Moro no interior da caverna
Onde ninguém hiberna.
Aqui sugo sangue
Espero que você não mangue
Nem se zangue.
Sou bicho do mato
Sou chato
Que saco!
Jamais deixarei a caverna
Sinto-me bem distante da zoada
Não gosto da parada
Da gentalha disparada.
Preciso faxinar a caverna
Antes que seja tomada pelas aranhas
Cheias de manhas
Nas manhãs
De verão.
Não abro mão da caverna
Ligo a lanterna
Expulso o mamífero que voa
Ele sua
Soa
Bate as asas
Vai-se...
Na caverna
Reflito melhor
Enxergo melhor
- E o pior?
Não existe.