A liberdade já era
Ela se foi
Deu adeus
Foi embora
E agora?
E agora José?
Você vai dar no pé?
Você tem fé?
Continuarás gritando?
Vais morrer?
Vais viver?
Eu não sei de mim
Nem de você
Mas... posso conjecturar
Que alguém vai te amarrar
E seremos prisioneiros
Além de pioneiros
De algo que é resistente
Tão patente
Aos nossos olhos
Enferrujados.
Quisera eu me abrir
Poder advertir
Acerca do pouquinho de tempo
O qual será arrastado pelo vento
Até o advento
Que roubará tua paz
E jamais
Terás força de expressão
Um feliz coração
Perante a nação.
Melhor seria partirmos para Urano
Nossa boca transformada num bico de tucano
Nossa testa virada para o norte
A vida futura sem sorte
A catinga de morte.
O tempo nos espreme
Sentimos o aperto
Ele está por perto
Esperando o instante de agir
Daí...
Nós sentiremos saudade do hoje
Uma década inédita
Que nunca mais existirá.
Resta pouco tempo...
Já já partiremos
Nós voaremos
E infelizmente deixaremos
Para trás
Alguém que nos satisfaz
O sabor de sorvete
Um lindo tapete
Uma sombra de árvore
Onde dorme a ave
No ninho
Talvez um passarinho.
Quem sabe dez anos...
Ou por que não dizer três
- Exatamente... três
O número da triplicidade
O terror da cidade
Onde o tornozelo será piado
Quer dizer: controlado.
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