Vovô morreu
meu espírito estremeceu
de medo
de dormir.
O velório aconteceu
as pessoas choravam
outras oravam
outras cantavam
e meu olho não grudou.
Deitei-me na cama
tentei cochilar
quis roncar
mas... nada.
Ia fechando o olho direito
quando o esquerdo alertava:
- Cuidado!
Ouvi umas pisadas
depois gargalhadas.
Tomei sonífero
não funcionou
não dormi
e o galo cantou.
Quase pregava o olho
aí lembrava do sorriso do vovô
despertava
se assustava.
Deu três da manhã
cansei-me do quarto
tive receio da escuridão
vi o caixão
tremi.
O dia amanheceu
finalmente
e minha mente
dolorida
ferida.
Pensei que aquela noite não tivesse fim
pensei que fosse também o meu fim
porém o sol deu luz
o sol deu calor
e foi-se meu amor
pelo vovô.
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