Estou com medo
de sair na rua
topar com vagabundo
perdido no mundo
da criminalidade.
Morro de medo
do ladrão
com facão
pra roubar
meu cartão
meu bolão
de dinheiro.
Estou inseguro
tremo de medo
do trombadinha
da gangue
do mangue
que furta.
Quisera eu colar-me em casa
para evitar
lá
fora
onde o pilantra
armado
assalta
celular
bolsa
mete a mão no bolso
leva
tudo.
Estou com medo
pois acordo cedo
saio de manhãzinha
às cinco
ainda escuro
passo pelo imenso muro
nada seguro
mais puro
desconforto.
Reina a insegurança
- Viatura?
Só miniatura
em desenho animado
não me atura
nessa altura
ela está longe
criatura...
Estou com medo
não de defuntos
não de animais
irracionais
mas
dos vivos
dos semelhantes
dos meliantes
malandros
(...)
Durmo preocupado
sonho apavorado
passo quase a noite acordado
amanheço afobado
tão enfadado
que vou trabalhar
com medo do arrastão
do três oitão
na cabeça.
Estou com medo
do homem mal-encarado
que anda armado
à procura de vítimas
as quais são frágeis
nunca ágeis
presas fáceis.
Quem me dera morar em Marte
planeta sem arte
porém em toda parte
predomina a paz
a solidão
a gratidão
(...)
Seja lá o que Deus quiser
continuarei saindo cedinho pra labuta
confio no anjo
quem sabe o arcanjo
que acampa ao meu redor
com espada afiada
na mão.
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