domingo, 16 de junho de 2019

DIFICULDADES DA VIDA




Ao envelhecer
esperamos que as coisas fiquem mais brandas
e a gente corre pra todas as bandas
procurando aliviar-se
das fadigas da vida.

Eu saio para passear
carrego o meu corpo comigo
deveria andar tranquilo
mas... preciso ter cuidado com a bengala
pra não esquecê-la
pra não perdê-la.

Vou satisfeito pelas avenidas da cidade
depois torno-me insatisfeito
pois devo ter cautela
pra não soltar a dentadura
na hora de morder a rapadura
tão dura.

Sigo feliz caminhando rua a rua
e de repente...
lembro do óculos
o qual não poderei perder
pois não posso morrer
doente da visão.

Continuo andando sem pressa
quando me aperreio
quando sinto o bolso da calça furado
fico com medo de perder as moedas
pois com elas
comprarei moelas
comprarei remédio
contra as amebas.

Vou lá
venho cá
levando meu corpo seguro
o relógio no pulso
e caio na realidade
existe ladrão na cidade
ele vem ás pressas
voa no objeto
voa no braço
nada de abraço
adeus minha riqueza.

Ao envelhecer
pensei que viveria mais em paz
após criar
após educar os filhos
só que agora cuido de seis netos
todos peraltinhas
os safadinhos
que mexem
que remexem.


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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...