Sou uma folha de papel
tão leve
que o vento levanta
nada espanta
e rasga-se facilmente
na sua mente.
Sou um grão de areia
perdido no tempo
sem divertimento
sou esquecido
desprezado
alienado
isolado.
Sou uma gota d'água
que pinga no meio do mato
jamais tive retrato
nunca tive nome
tampouco sobrenome
nenhuma identificação
nem coração.
Sou um graveto
sujo de lama
longe de cama
só penso em sumir
em me destruir
quando me pisam
me quebram
me queimam
na fogueira
da sexta-feira.
Sou uma folha de planta
tão leve
que o vento leva
com facilidade
pois não tenho peso
só desprezo
em meio à tempestade
distante da cidade.
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