Confesso...
Sou medroso
Morro de medo
Do desconhecido
Ao acordar cedo
Depois de adormecido
Por oito horas.
Queria ser corajoso
Porém sou medroso
Pelo-me de medo
Do escuro
Do desconhecido
Desaparecido.
Queria ter coragem
Igual o bicho selvagem
Que desenha a paisagem
Depois assusta todo mundo
Com berros
Com uivos
Os ruivos.
Ouço simplesmente vozes
Que vêm do outro lado
Porém não conheço as caras
Daí... vem o receio
Procuro algum meio
De escapar
Mas não dar
Começo a suar
Caio
Desmaio
De medo
Da noite desconhecida
Agora aparecida.
Contemplo as caligrafias
Ou melhor... os garranchos
Até caprichados
Todavia... aumenta o medo
Corro léguas
Pego as réguas
Meço meu coração
Descubro uma veia entupida
Tão desconhecida.
Confesso...
Tenho medo de ti
Pois vejo a tua fotografia
Só que... nunca te vejo pessoalmente
E isso prende a minha mente
Torno-me demente
Todo carente
De ousadia.