Carlos André está trabalhando como servente numa construção
Ele acorda ainda de madrugada para não perder a condução
E ainda assim, às vezes, chega atrasado
Leva uma tremenda bronca
Fica arrasado
Mas... fazer o quê?
A vida gosta de judiar
Quem é pobre come o pão que o diabo amassou
Quem mais sofre é alguém que não estudou...
Carlos André pega a pá
Mexe a ruma de concreto
O suor escorre
O suor desce
- Ai! Ai!
Pense num serviço ruim!
Trabalhar de ajudante de pedreiro é crudelíssimo
A gente ora ao Deus Altíssimo
Pedindo pro dia passar logo
Porém... ele anda devagar.
Carlos André mal consegue fechar as mãos
Pois estão cheias de calos
Grandes são os abalos
No coração
Nas emoções.
Quando chega a noite
O operário Carlos André lamenta a dureza da vida
Confessa que está pagando pecados
Olha para as mãos com buracos
As lágrimas rolam
Ele adormece
Depois reconhece
Que é transgressor.
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