Sai a informação da morte de alguém
A rua fica cheia
Vem gente do norte
Vem gente do sul
Vem gente do leste
Vem gente do oeste.
Parece um enxame de abelha
- Zumb! Zumb!
Se o morto pudesse falar
Ele pediria para se afastarem
Pois o calor o atormentava
A falta de fôlego o sufocava.
Quando a reportagem aparece
O rabecão também aparece
A multidão se aperta
Corre para cima
Esquenta o clima
Quanto aperreio!
Antigamente as pessoas tinham medo de mortos
Atualmente elas só faltam se deitarem sobre o corpo inerte
E ainda gritam:
- Aperte!
Gostaria que o leitor criasse agora na mente
A imagem de algum morto no chão
A presença marcante do povão
Igual urubu
Quando desce
Para apreciar
Algo fétido
Em estado de putrefação
Haja coração!
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