As pessoas vão pra lá
vêm pra cá
vão
e voltam
se soltam
se prendem.
Elas parecem o vento
imitam o tempo
o catavento
o pensamento.
Nascem inéditas almas
morrem de montão
depois a população
está explodindo
indo
vindo.
É o percurso
o curso
de la vida
a precavida
gente bela.
O ciclo vital
o gume letal
que ceifa os fôlegos
haja coragem
a imagem
a paisagem.
- Cadê a Maria da Cruz?
Ela jaz na cova
ela não mais se escova
ela virou defunto
não presunto
defumado
perfumado.
- Quede a Maria da Cruz, minha gente?
Ela mora
agora
do outro lado
da vida
antes sofrida.
- Cadê a Maria da Cruz?
Foi viver com Jesus
noutra dimensão
no mundo da luz
longe do doidão
ser humano
desumano.
Pensei que a Maria da Cruz
fosse aguentar pelo menos setenta anos de idade
porém nem sessenta suportou
ela infartou
e passou
para o país do silêncio.
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