Perdi alguém logo na entrada do labirinto, do túnel
Sei lá.
Depois fui subindo em uns degraus rumo ao ápice
mas sem saber o destino
senti-me cretino.
Belisquei-me
Caí na realidade
Tive saudade
Da cidade.
Quando passaram-se duas horas e meia
Eu comecei a me apavorar
Comecei a gritar
Querendo descobrir a porta ou portão de saída
Porém notei uma pessoa ensanguentada e caída.
Imaginei cenas do cinema
Vi morcegos sobrevoando
Vi meu peito se aperreando.
Chamei pelo sobrinho que roubara o tesouro mais valioso do momento
E de repente...
Cenouras caem em minha testa
Os coelhos biônicos fazem a festa
Enquanto me desespero
À procura do fim do túnel.
Gritei de novo por socorro
Vieram até mim
Alguns pirilampos gigantes
Os quais montavam em elefantes
E outra vez...
Tive medo
- Juro.
Saí correndo rumo ao norte
Quis amarrar o laço do amor
Senti terror
Falta de sorte
Cheiro de morte.
Comecei a bater com a cabeça na parede do túnel
Veio uma chuva de linha nylon
As linhas eram como gentes
Elas tentaram me prender
Elas me perseguiram
Só que fugi.
Fugi rumo ao centro das atenções
Lá contemplei milhares de aflições
Depois voltei pelo mesmo caminho
Senti a ausência de carinho
Pulei num precipício
Achei o início
E nada do fim.
Lembrei-me da Caverna do Dragão
Relembrei a época da infância
Deu-me um calafrio no coração
Quase provoquei
Ao ver um vômito
De lagartixa.
Subi pelas paredes
Vi velas acesas num círculo
Que ambiente mais ridículo!
Lá estava eu e uma fotografia sendo queimada pelo calor solar
Uma torre da altura do Monte Everest
Daí virei ao leste
Vi uma sombra ruiva
Pus a luva
Capotei na curva
De seu coração.
Um boneco de cera apareceu
Chamou-me de "louco"
E eu... sorrateiramente fui saindo de fininho
Peguei o jatinho
À procura do fim do túnel
- Nada.
Mais uma vez o desespero tomou conta de meu espírito
Quis morrer
Quis viver
Só por que te amo demais
- Amo até o óculos que protege sua íris.
Gritei outra vez
Pedi para alguém me mostrar a saída daquele monstruoso pesadelo
Logo uma múmia puxou pelo meu cabelo
Fiquei nervoso
Que lugar tenebroso!
Aí percebi um sinal piscando, piscando, piscando... em seu rosto
Uma lamparina fumaçando
Lábios roçando
Voz angelical
Andar inexplicável
(...)
Finalmente me veio a solução
O sinal do teu rosto
Era a saída do túnel
O símbolo da liberdade
Tão sonhada
Tão almejada.
Você bateu as asas
Jogou as águas
Saiu bem alto como as águias
Piscando o sinal
Sinal de beleza
O qual desvenda o mistério do labirinto
Infinito
Bonito
Mito.