Tudo se transforma em poesia
na cabeça de um poeta
ou de uma poetisa
que pode ser profetisa.
Um bolão de barro molhado
de repente...
vira parede de muro rebocado.
Uma tangerina bem madurinha
acaba sendo suco
o famoso quisuque
pó para refresco
fresco.
Um rola-bosta-africano pode ser transformado
em um besouro brasileiro
da cor dum braseiro
o maior fumaceiro.
Uma ventania vira frio
na pele do titio
da titia
da Bia.
Um gole d'água
depois poderá ser uma poça d'água
dentro da barriga
da lombriga
a maior briga
liga
liga.
A cabeça de um poeta
repentinamente vira de cabeça para baixo
e lá embaixo
quebra-se
requebra-se.
O mar poderá olhar-se no espelho
espantar-se
humilhar-se
sair correndo
escorrendo
pela biosfera.
Uma sombra há de virar um monstro
todo feioso
horroroso
medroso.
Na cabeça dum poeta
letras tornam-se palavras
palavras tornam-se frases
frases tornam-se textos
e pretextos.
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