Eu costumo falar
As pessoas não levam a sério
Pensam que estou com brincadeira
Só por que brinco de baladeira
Ao subir a ladeira
Lá em São Tomé.
Falo, falo, falo
Canso de dizer a verdade
Mas as criaturinhas se fazem de abestalhadas
Não estão nem aí
E depois...
Lá estão se lamentando.
Arrependimento tardio
Falta de aviso não foi
Quantas vezes falei pra guardarem a carne do boi
Pois em breve poderia desaparecer
E num alvorecer
Aconteceu
O inesperado
Agora você está desesperado
Pelado
Calado.
- Previnam-se!
Quantas vezes gritei
Quantas vezes telefonei
Quantas vezes chorei
Pedindo pra me ouvirem
Acerca da poupança de arroz, feijão
Óleo, farinha, tempero, macarrão
Banana, laranja, ata, limão...
Repito: falta de aviso não foi
Eu disse: Oi
Vocês taparam os ouvidos
Agora ouço vossos gemidos
À procura de pão
Querem chão
Querem a mão
- Quem poderá defendê-las?
Bem que cansei de falar
"Construam um abrigo secreto
Pode ser no subsolo
Pode ser alheio ao Sol
O que importa
É fechar a porta
E descansar
Até sonhar".
- Previna-se!
Particularmente produza uma camada protetora
Individualmente agarre-se a sua adjuntora
Cuide de sua mente
Plante a semente
Esqueça o passado
O qual ficara no museu
No Coliseu.
É tarde demais
A consciência pesa
Você reza
Mas... nenhum socorro virá
Pois faltou prevenção
Faltou reflexão
Faltou coração
Faltou razão.
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