Ia caminhando no calçadão à beira do rio
De repente... dois malandros protegidos pela lei
Agarram um gato à força
Levam-no à forca
Ou seja, jogam o bichinho para cima
Ele inocentemente vai aos ares
Imagina que a queda será amortecida pelos mares
Mas... que nada
Cai no chão
Morrendo do coração
Sem oxigênio no pulmão.
Noutra ocasião
Vi um sujeito mal encarado
Pegar um machado
E tacar bem na testa duma cadelinha
A qual estava deitadinha
Na sombra duma árvore
Da praça
E teve morte instantânea.
Certo dia
Um homem metia a peia num burrinho
O qual puxava a carroça pesadíssima
Parecia não aguentar o cansaço
Ferido estava o braço
Só o bagaço
Até que veio a Associação Protetora de Animais
Através duma denúncia anônima
E o criminoso
Totalmente nervoso
Teve de explicar-se para o delegado
- Bem feito.
De outra vez
Contemplei um indivíduo pegar um cachorrinho
Amarrou-lhe as patas
Amarrou-lhe a boca
Depois pôs o coitado num saco de nylon
Jogou o bicho na beirada dum lago
Mas... fui às escondidas
Desamarrei o saco
Desamarrei os laços
E salvei a vida do ser irracional.
Eu que sou homem fico revoltado
Imagina Deus que é exaltado
Que é adorado
Por todos os seres vivos.
Quando a pessoa mata um animal para servir de alimento
Tento...
Controlar meu pensamento
E calo-me...
Mas quando percebo que é mau trato
Eu fico num pé e noutro
Lembro da Lei Federal número 9605/98
Lembro da pena
- Dar pena...