quarta-feira, 25 de outubro de 2017
NO ALÉM
Aqui no além
a gente quase nada tem
nem
um vintém
nem
um quenquém
nenhum.
Lá
acolá
lá ao longe
posso ver
uma gota de sangue
caindo do telhado
deixando tudo melado
isto é, molhado.
Aqui é a eternidade
o que vem após a morte
o destino
a sorte
o corte
tão forte.
Ali mais adiante
vejo um ser com tromba de elefante
nada de elegante
mas ofegante
com cheiro de desodorante
fora da validade
na eternidade.
Jamais quis cair neste além
onde vejo ninguém
das rodinhas de amizade
lá da cidade.
A cada instante perco a identidade
nem sei mais quem sou
meu corpo cansou
sou vácuo
sinto odor de álcool
provoco
vomito
parece mito
e não minto.
Nunca sonhei com o além-túmulo
quando fui um cúmulo
e certo tumor
conseguiu me ceifar
ou me apagar.
Já estava além dos noventa quando morri
e ao chegar por aqui sorri
ao descobrir um pote de ouro
ou seja, um tesouro
um utensílio cheio de rimas
cheio de estrofes.
Às vezes me dava medo do além
pois imaginava um além-mundo
sem poesia
sem liturgia
sem poema
sem tema
sem lema.
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