segunda-feira, 30 de outubro de 2017

"ISSO QUE VIVO NÃO É VIDA"

Falta-me ar puro para respirar
Para inspirar
Depois expirar.

Falta-me dinheiro para esbanjar
Para comprar
Para me alimentar.

Carrego certa alergia de arrebentar
Meu viver é espirrar
Também tossir.

Prossigo no sofrimento
Não tenho divertimento
Não possuo mantimento.

Para completar
Minha filha mais velha
Apareceu com um problema de saúde
E descobrimos a leucemia
Acompanhada de anemia.

O único cajueiro que eu tinha no quintal
Secou-se
Morreu
Devido a estiagem.

Meu aparelho de celular
Foi roubado
Estou angustiado.

Nada dar mais certo
A derrota estar por perto
Virei um deserto.

Outro filho meu foi embora
Deixou comigo a nora
E agora
Por que meu ego implora?

Nasceu o "três-sol" em meu olho direito
Desculpe-me: Nasceu o terçol
Que arde como o raio do sol.

Cortaram a água daqui de casa
Cortaram a luz ainda
Estou me humilhando
E tomando
Água da cacimba.

Queria viver
Queria sobreviver
Não queria logo morrer.


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MEDO DE MIM MESMO....

  Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...