terça-feira, 31 de outubro de 2017
ROTINA
O despertador toca
Assusto-me
Abro os olhos
Pulo da cama
Bebo água
Tomo banho
Tomo leite
Como biscoito
Somente oito
Escovo os dentes
Pego o pente
Penteio-me
Passo os panos
Calço o tênis
Ponho perfume
Tranco a casa
Pego o carro
Chego no emprego
Trabalho
Assino o ponto
Pronto
Volto
Retorno
Janto
Leio
Assisto
Ligo
Durmo
Todo o turno
Noturno.
AS LÁGRIMAS DE CÉSAR
Logo o leitor entenderá o motivo das lágrimas de César
Um garotinho com cinco anos de idade
Que mora na cidade.
Alguém trouxe uma caixa com três filhotes de cachorro
E a jogou na praça que fica em frente à residência de César
Então o menino assiste todo o sofrimento dos bichinhos
Por isso cai em prantos
Por ter pena
Da cena.
César ver os filhotes assustados com o novo e desconhecido ambiente de vida
Vida sofrida
Onde passam fome
Enfrentam sede
E dormem no pé da parede.
César contempla os moleques da rua
Que chutam os cachorrinhos
Jogando-os para cima
E fica pior o clima
De lágrimas.
Toda a dor dos cãezinhos é acompanhada por César
Que sofre também calado
E fica colado
No colo da mãe
Enquanto engole saliva
Com lágrimas quentinhas.
César chora todo dia
Ao ver os indefesos animaizinhos gritando por leite materno
Mas... Nem conhecem a mãezinha
Para dar-lhes uma mãozinha.
O que mais fez César se derramar foi...
(Fico sem palavras)
O dia em que choveu muito
Muito mesmo
E... A caixa foi destrúida
A morada dos inocentes fora demolida
Daí os tadinhos tremeram de frio.
César pede a Deus que...
Proteja os filhotinhos da maldade dos marginais
Dos vândalos
Anormais
Piores animais.
Caso você flagre o menino César chorando
Aposto dólares
Como o leitor também derramará lágrimas
Pois de mim saíram
E molharam as páginas.
Alguém pretende adotar uma cadelinha?
Quer dizer: Um cãozinho
Por que se eu falar que é fêmea
O povo foge.
AO INVÉS DE FOFOCAR... LEIA TEXTOS...
Fofoca traz desavenças
Traz confusão
Traz desunião.
Se você não sabe escrever
Mas sabe ler
Então aproveite
Leia textos
Enquanto tens vista boa.
Quantos choram desejando ler algo
Todavia perderam a visão
Nasceram cegos
Jamais lerão o "Pirão"
Em seus egos.
Não desperdice tempo
Faça leituras de textos
Não invente pretextos
Pois isso é conversa pra boi dormir
Isto chama-se pre-gui-ça
E nem estou aqui enchendo linguiça.
Siga meu nobre conselho:
Ao invés de fofocar
Leia textos
E você vai triunfar
Vai voar
Vai navegar
Vai flutuar
Vai sonhar.
Traz confusão
Traz desunião.
Se você não sabe escrever
Mas sabe ler
Então aproveite
Leia textos
Enquanto tens vista boa.
Quantos choram desejando ler algo
Todavia perderam a visão
Nasceram cegos
Jamais lerão o "Pirão"
Em seus egos.
Não desperdice tempo
Faça leituras de textos
Não invente pretextos
Pois isso é conversa pra boi dormir
Isto chama-se pre-gui-ça
E nem estou aqui enchendo linguiça.
Siga meu nobre conselho:
Ao invés de fofocar
Leia textos
E você vai triunfar
Vai voar
Vai navegar
Vai flutuar
Vai sonhar.
LEILÃO DE IDEIAS
Eu sou leiloeiro
- Quem dar mais?
Quem dar mais?
Quem dar mais?
Quem dar mais?
Estou vendendo ideias
- Quem oferece maior lanço?
Quem oferece maior lanço?
Não é venda de ganso.
Gosto de leiloar
Ideias
Ideais
Por reais
Por centavos.
Toda vez que promovo leilão
Fico mais ricão
E meu cão
Come a melhor ração
Cheio de razão.
- Não perca!
O grande leilão
O pregão
A hasta
De ideias
Pegue a pasta
Gasta.
MINHA BIBLIOTECA
Faz tempo que não visito a minha biblioteca
Pois sou alérgico à poeira
E estou sem máscaras
Para estudar Bhaskara.
Sabe o pozinho que mora no interior dos livros?
Pois bem...
Ele é meu inimigo número um
E me proíbe de examinar algum
Volume.
Subo a escada
Chego perto da porta da biblioteca
Toco o trinco
Brinco
Porém volto
Com medo da poeira
Das teias
Das aranhas.
Caso eu adentre
Espirrarei vinte e oito vezes
O nariz escorrerá
Minha paz sofrerá.
Prefiro ler virtualmente
Executando a mente
Que faz germinar a semente
De repente.
Morro de dó da minha biblioteca
Que vive sozinha
Ela faz uma carinha
De tristeza
De solidão
De precisão.
ESCREVO, LEIO E DESACREDITO
Escrevo todo dia
Amo escrever
Acerca de tudo
Tudo que é legal
A ponto de extrapolar
Ou seja, de me cansar.
Leio tudo o que produzo
Faço questão
De ler uma por uma
Cada página
É valorizada
É folheada
Na madrugada.
Leio e desacredito
Não acredito
Acho que foi outro escritor
Foi outro autor
Pois sou tão ingênuo
Nem conheço Vênus
Como posso descrevê-lo?
CUIDADO! OBSERVA O SEMÁFORO!
É melhor perder um minuto na vida
Do que perder a vida num minuto
Por falta de atenção
- Viu amigão!
Ao atravessar a rua
Não se distraia olhando pra lua
Mas olha pro semáforo
Que continua vermelho.
- Cautela! O sinal está indicando PERIGO
Cuidado com o inimigo
Ele quer te acidentar
Ele quer te matar.
- PARE! Pra que a pressa
Ela é inimiga da perfeição
Ela deseja atacar seu coração.
Espere o sinal ficar VERDE
Deixa de vexame
Deixa de enxame
- Você nasceu de sete meses?
Quando o semáforo estiver amarelo
Pode comer caramelo
Que virá a sua vez
De atravessar
De caminhar.
- Cuidado! Observa o semáforo!
Qualquer coisa eu puxarei pelo teu braço
Depois te darei aquele abraço
Festejando a sua vida
A qual vencera o trânsito.
ATÉ PARECE QUE O MAL ME EVITA...
Ouço as manchetes, os noticiários, as reportagens
só dar desgraça
na praça.
Mataram duas pessoas
acidentaram outras três
durante o mês...
Sequestraram o gerente do banco
assaltaram o presidente Raimundo Franco
agora a pouco...
Incendiaram o prédio da Rua São Frajola
atiraram na secretária do vereador
foi terrível o clamor...
Roubaram a loja da senhorita Mirla
arrombaram o shopping aqui próximo
que troço!
O que mais me chama a atenção
é que a gente ouve falar da derrota dos outros
e até parece que nada de ruim acontece conosco.
Parece que o mal nos evita
e procura atingir somente as demais pessoas
sem me tocar.
Minha mãe sempre diz: "Se a barba do teu vizinho está pegando fogo
coloque a sua de molho"
então abra o olho.
Quando sofre o vizinho
não estou nem aí
pois não há dor para falar "ai".
Ninguém estar imune de sofrer tragédia
por isso deixe de pensar que é apenas comédia
quando o mal vem vindo...
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
RADIESTESIA
Radiestesia é uma ciência antiga
A qual estuda a capacidade que o ser humano tem de perceber
De desenvolver
De sentir
De detectar
De qualificar
Com instrumentos
As energias extrafísicas geradas pelos seres
Pelas coisas
Pela Terra.
É uma faculdade do homem
De investigação
De busca
Por coisa brusca.
Através dela
É possível descobrirmos objetos ocultos
Sujeitos obscuros
Detectarmos doenças antes de virem ao corpo
Determinarmos alimentos adequados para as pessoas
E percebermos o desgaste de energia no corpo físico
Ou no psíquico.
Radiestesia é uma antena de captação
De capacitação
De todos os tipos de energia
Quanta anestesia!
O QUE É CARACAL?
Caracal?
Será caracol?
Será carapau?
Será caracul?
Acho que caracal é uma planta
Que o mal espanta
E encanta.
Talvez seja um feitiço
Usado na magia negra
Será isso?
- Não! Eu acredito que se trate dum objeto
Usado para caçar preás
Estou certo?
Já eu entendo que caracal possa ser uma pedra preciosa
Tão mimosa
Que dar vontade de engoli-la.
Caracal?
Será chacal?
Será bacanal?
Será pantanal?
Acho que caracal é um monstro
Que vive na montanha
Cheio de manha.
- Ah! Já sei!
Caracal é primo do caracol
Amigo do povo espanhol.
Com certeza...
Caracal é uma espécie de vírus
O qual contamina os lírios.
Caracal é um tipo de gato selvagem
Confira na imagem
Não é miragem.
PENSANDO MUITO
Penso em Amsterdã
Penso no Ramadã
Penso na clã
Penso na fã.
Penso na poesia alemã
Penso no afã
Penso na irmã.
Penso no Vietnã
Penso na anã
Penso em lã.
Penso na órfã
Penso no Irã
Penso na Canaã.
Penso na afegã
Penso em sã
Penso em vã
Penso na campeã.
Penso em Omã
Penso na anciã
Penso na rã.
"ISSO QUE VIVO NÃO É VIDA"
Falta-me ar puro para respirar
Para inspirar
Depois expirar.
Falta-me dinheiro para esbanjar
Para comprar
Para me alimentar.
Carrego certa alergia de arrebentar
Meu viver é espirrar
Também tossir.
Prossigo no sofrimento
Não tenho divertimento
Não possuo mantimento.
Para completar
Minha filha mais velha
Apareceu com um problema de saúde
E descobrimos a leucemia
Acompanhada de anemia.
O único cajueiro que eu tinha no quintal
Secou-se
Morreu
Devido a estiagem.
Meu aparelho de celular
Foi roubado
Estou angustiado.
Nada dar mais certo
A derrota estar por perto
Virei um deserto.
Outro filho meu foi embora
Deixou comigo a nora
E agora
Por que meu ego implora?
Nasceu o "três-sol" em meu olho direito
Desculpe-me: Nasceu o terçol
Que arde como o raio do sol.
Cortaram a água daqui de casa
Cortaram a luz ainda
Estou me humilhando
E tomando
Água da cacimba.
Queria viver
Queria sobreviver
Não queria logo morrer.
Para inspirar
Depois expirar.
Falta-me dinheiro para esbanjar
Para comprar
Para me alimentar.
Carrego certa alergia de arrebentar
Meu viver é espirrar
Também tossir.
Prossigo no sofrimento
Não tenho divertimento
Não possuo mantimento.
Para completar
Minha filha mais velha
Apareceu com um problema de saúde
E descobrimos a leucemia
Acompanhada de anemia.
O único cajueiro que eu tinha no quintal
Secou-se
Morreu
Devido a estiagem.
Meu aparelho de celular
Foi roubado
Estou angustiado.
Nada dar mais certo
A derrota estar por perto
Virei um deserto.
Outro filho meu foi embora
Deixou comigo a nora
E agora
Por que meu ego implora?
Nasceu o "três-sol" em meu olho direito
Desculpe-me: Nasceu o terçol
Que arde como o raio do sol.
Cortaram a água daqui de casa
Cortaram a luz ainda
Estou me humilhando
E tomando
Água da cacimba.
Queria viver
Queria sobreviver
Não queria logo morrer.
O SONHO DE IGOR
Igor mora na zona rural
Construiu um belo mural
Desenhou seu sonho
Todo mundo admira
Todo mundo bila.
Quem quiser saber do sonho de Igor
Prepare-se
Pois já já revelarei
Mas antes
Hora farei
Para deixar suspense.
Igor é necessitado
Isto é, não vive bem financeiramente
Entretanto guarda seu sonho na mente
Sonho de brasileiro.
Igor diz que quando ficar grande
Irá trabalhar
Irá ganhar
Irá economizar
A fim de realizar
O sonho.
Os pais de Igor ganham o suficiente para sobreviverem
E quando esse texto lerem
Ficarão surpresos com a homenagem
Pois se acham inferiores.
- Sabe qual é o sonho tão almejado de Igor?
Ele é doido para viajar e conhecer os Estados Unidos
Irlanda
Portugal
França
Bélgica
Moçambique
Rússia
Ucrânia
Polônia.
Vamos torcer juntamente com o Igor!
Faça um trato comigo:
- Sejamos amigos.
DONA MIRTES
Conheci a dona Mirtes na minha adolescência
Quando eu tirava leite das vacas
Quando eu olhava as nuvens opacas
Quando eu caçava pacas
Lá no sertão central.
Fui crescendo
Dona Mirtes foi envelhecendo
Hoje ela sofre
Hoje ela cospe
Bastante sangue.
Dona Mirtes tem tuberculose pulmonar
Ela não gosta de se cuidar
Ela detesta médico
Assim como o Complexo de Édipo.
Tento ajudar a dona Mirtes
Todavia é inútil
Pois a senhora odeia fazer exames
Ela não gosta de enxames
Ou seja, aglomeração de pessoas.
Fiquei hiper tristonho
Ao ouvir a dona Mirtes
(com apenas cinquenta e três anos de idade)
Dizer que...
Prefere morrer ao invés de procurar auxílio no hospital
Distrital.
Vejo a dona Mirtes
(uma pessoa tão bacana)
Acabando-se aos poucos
Gritando igual os porcos
De dor
Que terror!
Quando dona Mirtes cospe sangue
Sai descendo pela água até o mangue
Assusta a gangue
Que brinca com bumerangue.
Dona Mirtes endureceu a cerviz
Parece bicho brabo do mato
Foge às léguas ao ouvir falar em injeção
Desmaia ao escutar sobre operação
Quanta emoção!
- Meu Deus! Como pode?
Tanta gente ruim por aí
Tanta gente que não presta pra nada
E vive saudavelmente
Enquanto a dona Mirtes encontra-se na pior.
domingo, 29 de outubro de 2017
ESTOU LENDO GARY CHAPMAN
- Pessoal! Eu perdi tanto tempo sem folhear o volume do livro
"As Cinco Linguagens do Amor"
De Gary Chapman
Big man.
Antes da descoberta da obra
Parece que Satã em formato de cobra
Cegava minha mente
Para ouvir o comando da serpente
E odiar
O amor evitar.
Ao deparar-me com o delicioso exemplar de Gary
Tudo mudou
Meu peito pulou
O cérebro festejou
Ante o vento de mudança.
Hei de revelar para os leitores
As cinco linguagens do amor
Com permissão do autor
É claro e evidente
Pois não sou metido
Ou intrometido
Safado.
Citarei as cinco linguagens do amor
E caso você queira mais se aprofundar
Compre o livro
Fique à vontade
Com sinceridade.
São elas:
Palavras de afirmação
Qualidade de tempo
Receber presentes
Formas de servir
Toque físico.
NENHUM CUMPRIMENTO
Ando pelas ruas da cidade
Passo por uma senhora que usa bengala
Ela não fala
Ela se cala
Mas sinto vontade de cumprimentá-la
Dou meia-volta
A anciã se revolta
Diz odiar saudação
Sofre do coração.
Mais a frente dou de cara com um homem vestido todo de preto
Ele segura na mão um espeto
Ele ao me ver vai logo dizendo:
- Não me saúde... Detesto esse tipo de coisa
Se insistir usarei a ponta desse pau
Então fiquei triste
Pois queria estar bem durante o dia
Cumprimentando as pessoas.
Passados alguns minutos
Barroei com uma jovem de mais ou menos vinte e quatro anos
Dei-lhe "bom-dia"
Ela respondeu nada
O silêncio fora sua resposta
E de costas
Deu um grito de ignorância:
- Por favor! Suma da minha frente!
O que quero expressar com isso?
Que as pessoas da modernidade estão cada vez mais distantes
Topam umas nas outras
Até moram na mesma comunidade
Porém há desonestidade
Há falta de humildade
Há indiferença
Há egocentrismo
Falta o filantropismo.
Cá entre nós...
O que custa dizer:
- Oi! Como vai?
Por que temos preguiça para soltar apenas três palavrinhas?
- Oi! Como vai?
Tenho certeza que a língua não cai
Ao cumprimentarmos o próximo
Reflitamos.
DE CABEÇA BAIXA...
Em minha frente havia um trono
No trono estava alguém com coroa
Era uma coroa de ouro
Era ouro puro
Puro como cristal.
Alguém preenchia o trono
O trono parecia invisível
Invisível como um espírito
O espírito do amor
Amor angelical.
Meus olhos tornaram-se tímidos
Tímidos como o cágado que se esconde no casco
No casco resistente
Resistente igual aço
Aço inquebrável.
Tentei olhar a belezura de alguém no trono
Mas o trono reluzia
Reluzia e me encadeava
Encandeava minha visão
Visão supérflua.
Daí fui obrigado a permanecer de cabeça baixa
Baixa do jeito da mulher anã
Anã e desprezível
Desprezível como um cão leproso.
Tentei erguer a cabeça
Mas a cabeça tremia frente ao poder
Poder de sedução
Sedução inexplicável.
Levantei a cabeça
A cabeça caiu
Caiu várias vezes
Várias vezes.
No trono estava alguém com coroa
Era uma coroa de ouro
Era ouro puro
Puro como cristal.
Alguém preenchia o trono
O trono parecia invisível
Invisível como um espírito
O espírito do amor
Amor angelical.
Meus olhos tornaram-se tímidos
Tímidos como o cágado que se esconde no casco
No casco resistente
Resistente igual aço
Aço inquebrável.
Tentei olhar a belezura de alguém no trono
Mas o trono reluzia
Reluzia e me encadeava
Encandeava minha visão
Visão supérflua.
Daí fui obrigado a permanecer de cabeça baixa
Baixa do jeito da mulher anã
Anã e desprezível
Desprezível como um cão leproso.
Tentei erguer a cabeça
Mas a cabeça tremia frente ao poder
Poder de sedução
Sedução inexplicável.
Levantei a cabeça
A cabeça caiu
Caiu várias vezes
Várias vezes.
sábado, 28 de outubro de 2017
A LINGUAGEM DO AMOR
Estou pra ver alguém decifrar a linguagem do amor
Ao sentir a dor
Da distância
Da ânsia.
Quando o amor se despede repentinamente
Sem dizer nada
E nada
Rio afora
Vai embora
A gente fica sem norte
Chorando ao pé do poste
Querendo correr atrás do transporte
Em busca da sorte
Enquanto não vem a morte.
Queria alguém pra traduzir a linguagem do amor
Pois estou envelhecendo
Estou enrijecendo
E até hoje
Ninguém conseguiu me esclarecer.
Não tem graça
Morrer algum dia alheio ao conceito da linguagem do amor
Cheio de rancor
Ao ver o filme de terror.
Se eu soubesse explicar a linguagem do amor
Juro como eu explanaria
Juro como eu facilitaria
Daí você entenderia.
Caso algum filho de Deus saiba da definição
Abra o coração
E revele-me
Please!
ESTÃO QUERENDO ME INUTILIZAR
Há duas semanas atrás
Recebi dez ligações telefônicas
E certa voz revelara o desejo de amarrar os meus pés
Amarrar as minhas mãos
Colocar tampões oculares
Pôr um zíper na boca
Pôr algo para fechar os ouvidos
Realizar uma lavagem cerebral
Causar algum problema estomacal
A lei da mordaça
A fumaça
Que embaraça
Que embaça
A praça.
O RETRATO
Eu fiz certo trato
Fiz um contrato
Com o Donato
Para fazer o retrato
Do rato
Do gato
Do pato.
Quero o retrato falado
O retrato
Do pacato
Do gato
Do mato.
Pagarei pelo retrato
Do fato
Do jato
Do nato
Do orfanato
Do olfato.
Falei com o Donato
Também com o Nonato
Acerca do retrato
Novato
Chato.
Quero o retrato digital
O retrato
Que bato
Lato.
Vi o retrato
O ato
Do Lobato
Comendo tomato
Em Joaquim Morato.
PARADO POR CINCO MINUTOS
Jurei para mim mesmo que ficaria sem digitar por uma hora
imaginei as ideias todas indo embora
- E agora?
Tudo ficou sem graça
eu me senti uma defeituosa balsa
uma coisa falsa
- Sabe?
Ficar sem escrever nada
para mim é como deixar de respirar oxigênio
deixar de ser gênio.
Sem escrever qualquer mensagem
as pessoas percebem meu rosto desfigurado
meu semblante desapontado.
Não é que quebrei o juramento!
Não consegui ficar por uma hora sem digitar algo
Então comecei a descrever o talco.
Fiquei parado apenas por cinco minutos
Não resisti a tentação
Estou eu aqui nessa narração.
A VIDA DE PEDRO VERSUS A VIDA DE CALEBE
Pedro mora num belíssimo apartamento
Calebe mora num casebre
Onde sente febre.
Pedro dirige seu carro zero
Calebe dirige seu carrinho-de-mão
Que foi doação.
Calebe põe a mão no bolso e arrasta cinquenta centavos
Pedro arrasta cem reais
E ainda tem muito mais.
Calebe estuda numa escola sucateada da rede pública
Pedro dispõe dum colégio da elite
O qual combate a hepatite.
Pedro almoça em fino restaurante
Calebe sonha com refrigerante
E passa fome.
Pedro viaja de avião
Calebe viaja espremido no busão
Igual sardinha.
Calebe traz um balde com água no ombro
Pedro usufrui de água encanada
Muito bem tratada.
Calebe usa roupa rasgada
Pedro só anda na moda com roupa de marca
Que compra na Dinamarca.
QUEREM APAGAR A MINHA LUZ
Ninguém consegue apagar a luz do sol
Ninguém consegue apagar a luz da estrela
Ninguém consegue apagar a luz da lua
Ninguém consegue apagar a luz do vaga-lume
Ninguém consegue apagar a Cristo e seu lume.
Querem apagar a minha luz
Querem desligar a minha lâmpada
Querem me ver na escuridão
Querem me ver cego
Querem me ver apagado
Querem me ver parado.
Querem apagar a minha luz
Querem quebrar a minha cruz
Querem abafar a minha voz
Querem me calar.
POESIA BRASILEIRA
O Brasil tem também coisa boa
O Brasil tem gente que navega de canoa
O Brasil tem a coragem de uma leoa
O Brasil é a terra da broa
O Brasil é o território da poesia
O Brasil é a nação da alegria.
O Brasil tem corruptos
O Brasil tem mentirosos nos púlpitos
O Brasil tem poesia
O Brasil tem periferia.
O Brasil tem de tudo
O Brasil é um escudo
O Brasil faz parte de meu estudo
O Brasil faz poesia
O Brasil faz cantoria.
O Brasil gosta de futebol
O Brasil gosta de gol
O Brasil gosta de poesia
O Brasil gosta de melancia.
O Brasil tem violência
O Brasil tem advertência
O Brasil tem poesia
O Brasil luta contra a pirataria.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
A MULHER DE BERNARDO
Bernardo casou-se há cinco anos
casou-se no civil
casou-se religiosamente
usa aliança
tem herança
tem criança
pra cuidar.
Bernardo enfrenta um problema sério
ou seja, depois de casar com uma mulher feia
os amigos vivem fazendo brincadeiras de mal gosto
dizem que ele teve, sim, mal gosto
e não soube esperar
não soube escolher
a sua alma gêmea.
Os colegas de Bernardo não compreendem
eles não entendem
não entra em suas cabeças
a ideia do amigo (tão querido) ter feito péssima escolha
quando namorou com diversas garotas bonitas
por ser um cara de boa aparência.
- Como pode?
Você estava desesperado?
Você ficara abestalhado?
(Falam os companheiros de Bernardo)
Num dia desses...
Bernardo não aguentou mais a pressão
e para evitar a piora da hipertensão
resolveu explicar-se:
- Eu... Escolhi uma mulher feia para evitar traição
para evitar confusão
para evitar adultério
para evitar necrotério
para evitar cemitério
para evitar de me chamarem "corno"
... e aí? Estão satisfeitos?
Bernardo estava agitado
e continuou se explicando:
- Eu... Escolhi uma mulher feia para que ninguém queira tomá-la
para que ninguém queira amá-la
afinal de conta "mulher feia é igual jumento
só quem procura é o dono"
(não será engano?)
casou-se no civil
casou-se religiosamente
usa aliança
tem herança
tem criança
pra cuidar.
Bernardo enfrenta um problema sério
ou seja, depois de casar com uma mulher feia
os amigos vivem fazendo brincadeiras de mal gosto
dizem que ele teve, sim, mal gosto
e não soube esperar
não soube escolher
a sua alma gêmea.
Os colegas de Bernardo não compreendem
eles não entendem
não entra em suas cabeças
a ideia do amigo (tão querido) ter feito péssima escolha
quando namorou com diversas garotas bonitas
por ser um cara de boa aparência.
- Como pode?
Você estava desesperado?
Você ficara abestalhado?
(Falam os companheiros de Bernardo)
Num dia desses...
Bernardo não aguentou mais a pressão
e para evitar a piora da hipertensão
resolveu explicar-se:
- Eu... Escolhi uma mulher feia para evitar traição
para evitar confusão
para evitar adultério
para evitar necrotério
para evitar cemitério
para evitar de me chamarem "corno"
... e aí? Estão satisfeitos?
Bernardo estava agitado
e continuou se explicando:
- Eu... Escolhi uma mulher feia para que ninguém queira tomá-la
para que ninguém queira amá-la
afinal de conta "mulher feia é igual jumento
só quem procura é o dono"
(não será engano?)
MOÇAMBIQUE
- Os queridos leitores querem conhecer o mais novo visualizador?
Preste atenção!
Conheça a nova nação:
Moçambique.
Palmas para o inédito país que separou alguns minutinhos
A fim de visualizar o blog poético
Que oferece conteúdo ético.
É uma imensa honra poder firmar parceria com o continente africano
No mundo da poesia
No mundo da alegria
Traduzida em rimas.
Quisera eu abraçar fortemente a todo o pessoal de Moçambique
O qual com simples clique
Visualiza com gosto.
Eu tenho algo muito em comum com o povo moçambicano
Que é a riquíssima Língua Portuguesa
A nossa princesa.
Um dia hei de pisar sobre as terras longínquas de Maputo
E lá conhecerei o leitor culto
Lá farei um discurso
Farei um curso
Acerca de versos
Diversos.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
GRILO GASGUITO
Meu irmão Carlos encontra-se furioso
ele não aguenta mais a cantiga do grilo
que passa a noite inteira fazendo barulho
durante a madrugada e seu brilho
aqui em Guarulhos.
O cantor grilo emite som das dezenove horas às sete da manhã
parece que faz birra
furta o sonho
rouba o sono do brother
o qual amanhece de mau-humor
sem amor.
Engraçado que o grilo jamais fica rouco
canta, canta, canta, canta
parece louco
e o mal espanta
que me encanta.
Meu irmão jurou assassinar o miserável invertebrado
mas... pedi misericórdia
ele venceu a discórdia
e não pôs veneno mortífero no palco
no palanque.
Se eu tivesse a garganta do grilo
se eu tivesse as cordas vocais dele
ganharia grana nas serestas
ganharia fama nas serenatas
esperando o dia amanhecer.
O leitor precisa participar de um show do cantor grilo
daí você pedirá um autógrafo
lá no autódromo
onde acontecerá o evento
ao soar do vento.
EDUCAÇÃO DOS MEMBROS
Precisamos urgentemente educar os nossos membros
Educar a boca
Educar a língua
Para não sofrer à míngua
Com íngua.
Precisamos educar os olhos
Evitar a bilada nos molhos
Molhos de coisas proibidas
A libido.
Precisamos controlar os ouvidos
Educar as orelhas
As parelhas
Os tímpanos.
Precisamos educar o cérebro
Pensar mais positivamente
Evitar algo negativamente
Cuidar da mente
Ler bons livros.
Precisamos frear o coração
Fugir da corrupção
Correr da concupiscência
Estudar a ciência
Ter paciência.
Precisamos educar as mãos e pés
Não ir contra as marés
Não pisar em lugares sujos
Evitar o mal dos caramujos
Ser separado.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
MIL POESIAS
Acho que você lembra
De quando produzi o primeiro poema
Comendo carne de ema
Planejando o estratagema
Arregaçando as mangas
Mangas longas.
Mil poesias
Não são mil letras
São mil páginas
Voantes como as borboletas
Que fazem caretas.
O pior de tudo é que mesmo com a milhar de versos
Quer dizer: o melhor de tudo
Eu não pararei
Não conseguirei
Sei que jurei
Mas não consigo
Amigo.
Viver sem rimar
Viver sem digitar
Viver sem poetar
Viver sem versificar
É viver como peixe fora d'água
Cheio de mágoa.
Meus leitores estão de parabéns
Pois são pacientes
Ou seja, conseguiram me suportar
Me aguentar
Durante a jornada
No oceano da poesia
Querida.
Façamos a festa de mil dias
Com belas melodias
Pelas mil pétalas
Pelas mil sépalas
Thank's!
De quando produzi o primeiro poema
Comendo carne de ema
Planejando o estratagema
Arregaçando as mangas
Mangas longas.
Mil poesias
Não são mil letras
São mil páginas
Voantes como as borboletas
Que fazem caretas.
O pior de tudo é que mesmo com a milhar de versos
Quer dizer: o melhor de tudo
Eu não pararei
Não conseguirei
Sei que jurei
Mas não consigo
Amigo.
Viver sem rimar
Viver sem digitar
Viver sem poetar
Viver sem versificar
É viver como peixe fora d'água
Cheio de mágoa.
Meus leitores estão de parabéns
Pois são pacientes
Ou seja, conseguiram me suportar
Me aguentar
Durante a jornada
No oceano da poesia
Querida.
Façamos a festa de mil dias
Com belas melodias
Pelas mil pétalas
Pelas mil sépalas
Thank's!
SÃO 999 PÉROLAS
Nem acredito...
Chego no poema de número 999
O antecessor do milênio
O número da casa do Estênio
(Amigo de infância).
São 999 pérolas
Rumo às mil
Cor de anil.
Quem me dera poder presentear a cada leitor
Que me incentivou
Que me isnpirou
A chegar até aqui
De cabeça erguida
Assim como a Margarida
(Minha tia).
Se não fossem os leitores
Se não fossem os visualizadores
Ai de nós escritores!
Vocês leitores
São a causa dos 999 diamantes
Importantes
Interessantes.
Ofereço essas 999 pérolas
A todos os MEUS LEITORES
Escritos em destaque
Pois evitam ataque
Às minhas infantilidades.
O BEBÊ QUE ACABA DE NASCER
- Seja bem-vindo!
A partir de agora você passou a ser gente
Como a gente
Agente
Paciente
Ciente
Cliente
Do mundão
De nosso Senhor.
Chegou mais um
Pra somar
Pra pensar
Pra sonhar.
O mais novo bebê
Pensa que viver no planeta
É só beber
E comer
Ou mil maravilhas
Nas ilhas.
- Tá pensando o quê...
Viver na Terra é enfrentar o mal
O dia mau
O babau
O lobo mau
O lobisomem
O boi da cara preta
(...)
Inocente bebê
Se bem soubesse ficaria mesmo no anonimato
Longe de rato
De assalto
De poluição
De corrupção
(...)
Eu bem poderia ter avisado ao recém-nascido
Que vir para cá
É sinônimo de sofrimento
De constrangimento
De alienação
De delação
(...)
Maldade enorme que acho
Gerar um coitadinho que será aprendiz da vida
E precisará enfrentar a covardia
A monotonia
A fleborrafia
A alergia
(...)
O bebezinho navegará nas asas da Nova Era
O momento da decisão
O poder da globalização
Os blocos da economia
Os ostracismos da religião
A petulância da endemia
O faz de conta
A mente tonta.
- Por favor!
Please!
Não produza mais bebê
Por que a água boa pra se beber
Esgota-se
Evapora-se
E aí?
Caso venham mais bebês
Poderá faltar mantimento
Pouco estar o alimento
Foi-se a educação
Foi-se a canção.
Pare!
Stop!
Pare pra pensar
Reflita
Insista
Previna-se
Pois dar dó
Trazer um bebê à existência
E amanhã enterrá-lo no pó
Da mãe-terra.
DERRETENDO-SE TODO...
Conheço um escritor de poesias
O qual parece gelo
Ao encontrar-se com a pessoa amada
Derrete-se completamente
Até a mente.
O tal poeta
Encontra-se com seu amor
Começa a derreter-se
Igual picolé
Tentando resistir a temperatura
Em pleno verão.
O poeta JB Paiva
Age como se fosse sorvete
Frente a frente com a paixão
Derrete-se o coração
Cai pelo chão.
NO ALÉM
Aqui no além
a gente quase nada tem
nem
um vintém
nem
um quenquém
nenhum.
Lá
acolá
lá ao longe
posso ver
uma gota de sangue
caindo do telhado
deixando tudo melado
isto é, molhado.
Aqui é a eternidade
o que vem após a morte
o destino
a sorte
o corte
tão forte.
Ali mais adiante
vejo um ser com tromba de elefante
nada de elegante
mas ofegante
com cheiro de desodorante
fora da validade
na eternidade.
Jamais quis cair neste além
onde vejo ninguém
das rodinhas de amizade
lá da cidade.
A cada instante perco a identidade
nem sei mais quem sou
meu corpo cansou
sou vácuo
sinto odor de álcool
provoco
vomito
parece mito
e não minto.
Nunca sonhei com o além-túmulo
quando fui um cúmulo
e certo tumor
conseguiu me ceifar
ou me apagar.
Já estava além dos noventa quando morri
e ao chegar por aqui sorri
ao descobrir um pote de ouro
ou seja, um tesouro
um utensílio cheio de rimas
cheio de estrofes.
Às vezes me dava medo do além
pois imaginava um além-mundo
sem poesia
sem liturgia
sem poema
sem tema
sem lema.
FECHANDO TUDO
Fecho a porta do carro
Fecho o portão
Fecho a porta do quarto
Fecho a boca
Fecho os olhos
Fico trancado
Ponho o cadeado
Por que hoje não te vi
Apenas ouço o canto do bem-te-vi
No fim da árvore.
Fecho o coração
Fecho o pulmão
Fecho a cuca
Ponho a peruca
Escondo-me de todos
Por causa de você
Que não vejo.
Fecho meu espírito
Fecho meu jeito empírico
Fecho-me ao exterior
Fecho-me ao interior
Pois estou de greve
Mas em breve
Verei a ti.
DOIS MINUTOS APENAS
- O que posso fazer em apenas dois minutos?
Dois minutos?
Tempo diminuto
Algo no diminutivo.
Até parece que desprezamos os dois minutos
Quando evaporam-se juntamente com os segundos
Esqueço o meu mundo
Torno-me igual vagabundo
Ou maribundo
Melhor dizendo: Marimbondo.
Dois minutos de vida quer dizer muita coisa
Quando podemos perdê-la durante esse miúdo intervalo de tempo
Ouvindo as belíssimas canções internacionais da FM TEMPO
Que toca coração.
Dois minutos traduzem o meu sentimento sincero por alguém
Alguém que fala e me estremece
Alguém que merece
Todos os meus mais de novecentos poemas.
Tenho certeza que cada leitor aproveita dois minutos
Lendo
Roendo
Comendo
Versos.
Aprendamos a valorizar dois minutos
Os quais parecem birutas
Mas são tartarugas
Reprodutoras de ovos
Seres novos
Os povos.
JÁ DISSE E REPITO: NÃO SOU DOIDO... NÃO...
As pessoas têm uma moda feia de acharem que não tenho juízo
Inclusive minha vizinhança
Que vive dizendo
Que sou doido
Porém sou doido
Pela escrita
Pela escrita
Pela escrita.
Sou doido pela leitura de livros bastante volumosos
Os quais têm os acontecimentos gostosos
A ponto de fazer a digestão
E o relaxamento do coração.
Duvido que alguém consiga provar a minha loucura
Ainda que vá ao consultório do psiquiatra
E o suborne
Que eu taco o exame na lata
Mostrando a vida sã
- Viu fã!
Certos parentes meus que residem em Palmas
Escreveram uma carta no mês passado
Indagando acerca da minha debilidade
Ou seja, da maluquez
Mas... Rasguei o envelope com a mensagem
Em seguida peguei o celular
Liguei para Tocantins
Passei na cara deles a verdade:
- Não sou doido.
Já viu doido pensar, criar, ensinar, digitar, sonhar
Amar, voar, compartilhar?
Sei não, viu!
Acho melhor me calar
Não dar mais um piu
E bye-bye!
terça-feira, 24 de outubro de 2017
TALVEZ ALGUÉM ENTENDA
Natália começa a contar: Um, dois, três, quatro, cinco, seis
sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, quinze, dezesseis...
Depois ela toca com a ponta do dedo
na pétala de uma flor chamada "riso"
dar outro sorriso
e me intriga
a ponto de briga
então pego uma liga
ponho em meu braço
dou-lhe um abraço
daqueles bem apertadinhos.
Daqui a pouco
Natália chama todo mundo para a mesa onde há um banquete
onde há um luxuoso tapete
para que Vossa Majestade se achegue
pisando em ouro
ouro puro
puro como as nuvens
as nuvens que festejam
festejam o triunfo
da primavera
- Certo, galera!
Depois fiquei pensando de quem se trataria a recepcionista Natália
a qual transmitia-nos a mensagem com beleza
e parecia a Lady Di
a saudosa princesa.
Natália pôs duas taças em cima da mesa
bateu palmas
alertou as almas
sobre as núpcias
de setenta e três figuras
com oitenta e nove seres angelicais
mais que sobrenaturais.
Até hoje
só falto ficar maluco
quase caduco
tentando entender
o entardecer
o enlouquecer
de Natália.
TERÇA-FEIRA
Nasci numa terça-feira
Quando mamãe colhia macaxeira
Lá na beira do riacho
Eu acho.
O horizonte
O monte
A ponte
A fonte
Nasceram numa sexta
Dentro duma cesta.
O orvalho
O galho
O assoalho
Nasceram numa sexta
Montados numa besta.
A paisagem
A linhagem
A bagagem
A sondagem
Nasceram numa sexta
Próximo ao Extra.
Nasci numa terça-feira
Quando papai plantava pé de ameixa
Lá no mato
Eu relato.
O CORAÇÃO DUM INSETO
Pergunto aos entomologistas:
- Coração de inseto se apaixona?
Coração de inseto ama?
Ah como desejo mirar o coração dum inseto!
Queria ser insetívoro
Para ficar mais próximo
E matar a fome
Que não some
Somente me consome.
O coração do inseto localiza-se na posição dorsal do abdômen
Dentro do seio pericárdio
Segundo o comentário
O qual ouvi na rádio
Ontem à noite.
O coração dum inseto
É algo tão inferior que pouco damos importância
Quando carrega tamanha elegância.
O coração de inseto tem uma válvula em cada metâmero
Que delimita diversos compartimentos ou ventrículos
- Ridículo?
Hum! Hum!
Coração de inseto sente saudade?
Coração de inseto pensa maldade?
Sei não, viu!
Acho que o meu coração é que sofre...
Enquanto como estrogonofe
No restaurante do seu Onofre.
Acho lindo
Quando vejo o coração dum inseto se ramificando
Ou se espalhando
Para distribuir a hemolinfa
Na região cefálica.
É show
Contemplar os ventrículos
Cada um deles com um par de ostíolos
Os orifícios
Do minúsculo coraçãozinho.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
SÃO DEZESSEIS ANOS DE DESERTO
Há pelo menos dezesseis anos
Que vivo no deserto
Engolindo poeira
Pensando bobeira
Alheio à sociedade
Cheio de ansiedade
E de saciedade.
Meus colegas são os pássaros, as plantas
Os peixes, as borboletas
As letras
Os papagaios
Os galhos
Os grilos.
Nenhum som vocal
Nenhuma voz no local
Mas apenas uso a vogal
Para riscar
E arriscar
Sair de mim
Sair daqui.
Sofro o fogo do sol
Parece que vai me assar
Que azar!
São dezesseis anos de fechamento
De trancamento
Sem discernimento
Da ética
Do certo ou errado
Quando desaprendo a ser gente
E penso em andar de quatro
Imitando o macaco.
Uma década e seis anos
Talvez seja um tempo de diferença tenebroso
Todavia o seu coração é que é maldoso
- Sabia?
Morar no deserto
Sem você aqui por perto
Deixa o meu olhar incerto
E não passo dum inseto
Com asas quebradas.
Ainda bem que existe o vento
Existe água
Que cura a mágoa
Neste terreno árido.
Dezesseis anos correndo perigo no deserto
Não são dezesseis dias
Enfrentando a onça, o jacaré
A maré
O chimpanzé
Que usa boné.
Sei que o leitor poderá viver também em seu deserto
Mas nem chega perto
Do meu campo desolado
Tão isolado
Que dar vontade de partir
Para morar numa ilha
Quem sabe a "ilha das serpentes".
RIO SÃO FRANCISCO
Sonhei escrevendo poemas à beira do "rio-mar"
Cujas águas aquecem a alma humana
Enquanto comemos banana
Numa manhã esquecida.
No sonho...
Os indígenas pediam que eu escrevesse versos sobre Opará
E acerca do afluente por nome de rio Pará
Mas eu fiquei intrigado
Um pouco preocupado
Sem saber traduzir Pirapitinga.
No sonho...
Vi o rio dos Currais que deságua no Oceano Atlântico
O Velho Chico
Mas paguei mico
Por desconhecer o leito
Tão perfeito.
No sonho...
Construí mil estrofes em homenagem à cidade São Francisco
(Na Califórnia)
Porém a minha mente não saía das águas brasileiras
Tão pioneiras.
No sonho...
Fiz poesias exaltando o rio que é importante economicamente
Socialmente
E culturalmente
Para o país tropical.
No sonho...
Rimei Rio São Francisco
Com cisco
Com disco
Com aprisco
Com arisco.
No sonho...
Senti saudade
Da cidade
Dos familiares
Vendo as margens
Vendo as imagens
Vendo as miragens
Longe de alguém.
Acordei do sonho
Peguei lápis e papel
Também o pincel
E comecei a escrever esse poema
Sobre o rio que banha cinco estados brasileiros.
BASTANTE FELIZ
Estou sorridente
Mostro o dente
Da frente
Por que vi você
Três vezes na semana
E o amor emana.
Repito: Vi você três vezes
Foi uma surpresa
Mostro a presa
Isto é, o grande sorriso
De felicidade.
A semana me presenteou
Com três pérolas de ouro
E passei a ser um louro
Mais feliz.
Pude te ver
Na terça
Na sexta
No sábado.
Foi Deus quem me...
Levantou
Ajudou.
domingo, 22 de outubro de 2017
TODO MUNDO DEFENDE O LUGAR ONDE VIVE
Vi uma senhora
que mora num barraco
na favela
onde usa-se vela
e se alguém falar mal dali
ela solta os cachorros
bota esse alguém pra correr
joga pedra
até a vítima morrer.
Conheci certo ancião
que mora num prédio em frente ao mar
ele diz que vive mais perto do céu
e se alguém cair na besteira de criticar o arranha-céu
o decrépito fica vermelho
fica furioso
a ponto de tornar-se criminoso.
Outro dia conversei com uma jovem
que mora numa palafita
e ela revelou-me o seguinte:
"não troco minha vida pela de ninguém
pode me dar um armazém
mas não largarei jamais meu lar
para viver no sufoco da cidade grande, agitada..."
Vi uma família
que mora numa oca
enfrentam muriçoca
comem paçoca
comem minhoca
e morrem defendendo a ideia de que possuem a melhor morada.
Pude encontrar um esquimó
que mora num iglu
e ele só comenta coisa boa de onde nasceu
de onde cresceu
ou seja, sua pequena casa feita de blocos de gelo.
Eu moro numa casa de alvenaria
que é simples
mas a amo tanto
e fico tonto
ao pensar em deixá-la.
NA IGREJA
Entro na igreja
Dobro os joelhos
Fecho os olhos
Vejo-me em espelhos
A vida renovada
A cabeça confortada
Parece o céu.
O mundo ficou lá do lado de fora
No interior da igreja
Esqueço do pecado
O coração angustiado
Reina a paz.
Queria morar na nave do templo
Esquecer o tempo
Esquecer o contratempo
Dialogar com Deus
Ver o anjo me guardar
Pra ninguém me matar.
Dentro da igrejinha
Sinto-me protegido
Arrependo-me do mal que cometi
Das vezes em que menti
Pulo de prazer
Melhor lazer.
Canto
Fico em pranto
Planto
A semente do amor
O evangelho
As boas- novas
Enquanto permaneço na igreja
Na presença divina.
Na igreja
Esqueço a corrupção
Esqueço a decepção
Flutuo
No momento mútuo
Com o próximo
Que comunga.
OH CARA PRA ESCREVER!
Não direi de imediato o nome do escritor
o qual escreve demais
é um crânio
um gênio
do milênio
ou... desculpe-me
do século.
O cara escreveu
e já vendeu
mais de vinte e cinco milhões de livros somente no Brasil
- Quer mais?
Seus livros já foram publicados em mais de setenta países
possuo vários exemplares
em meus lares.
Não estou babando o famoso escritor
não estou ganhando para elogiar o doutor
porém voluntariamente tomei a atitude.
Sou leitor dele
espelho-me nele
e não chego aos seus pés
quando age como dinamite
mostrando o poder
pelo mundo afora.
Quando li "O Vendedor de Sonhos"
- Ó como sonhei!
Até chorei.
O leitor está perto de descobrir o nome do escritor
e professor
- Aposto.
Li também "Pais brilhantes, Professores fascinantes"
é show!
- Prove.
Ele é médico psiquiatra
bem sucedido no mundo da escrita
e se alguém não acreditou no sucesso
o tiro saiu pela culatra.
- Oh cara pra escrever!
Falo de Augusto Cury
lido umas trinta vezes pelo Yuri
um garoto verde.
Caso você ainda não tenha visto os volumes de Cury
não perca tempo
corra
peça socorro
suba o morro
adquira um
leia
releia.
NERVOSISMO
Mais uma semana sem te ver
Outra semana de castigo
Sem falar contigo.
Devo estar pagando por algum mal cometido no passado
Pois viver sem teus olhos
É viver com abrolhos.
Sete dias distante do teu cheiro
Sem teus olhos
Fico sem brolhos.
Ai! Como dói!
Essa dor interior
Pela falta de meu amor.
Vivo nervoso
Roo as unhas
Escavaco as unhas.
Nervosamente ando de um lado para outro
Pareço um boto
Um louco.
Doidinho pra te ver
Tento escrever
Pra você ler.
COISAS IMPOSSÍVEIS
Estou pra ver alguém comprar um vaso sanitário
Colocá-lo no banheiro
Depois dum baita trabalho
E deixá-lo virgem
Sem uso
Igual buso.
Alguém já viu uma doméstica comprar uma caixa de fósforos
Guardá-la no armário para sempre
Bem escondidinha
Sem nunca riscar os palitos
As cabecinhas
A fim de gerar fogo?
Jamais ouvir falar de uma só pessoa que despreze dinheiro
Que jogue cédulas e moedas no lixo
Que corra da grana pensando ser um bicho
Mas todas são fanáticas por money
E não me excluo
Nem recuo.
Uma mãe faz de tudo pelo filho
Pode até a nora esquecê-lo
Até mesmo o próprio pai
Os irmãos
Mas a mãe não
Não esquece
Ainda que seja finado.
Eu deixar de escrever?
Quem andou espalhando tal boato?
Não sou pato
Sou candidato
À ABL.
QUANDO VOCÊ SE DESPEDE E VAI EMBORA...
Dar uma vontade louca de chorar
Sem parar
Quando você se despede
E vai embora
Agora.
Fico como um corpo sem alma
Nada me acalma
Ao ver-te sumindo
Na estrada
Braba.
Você foge igual vento de verão
Vai roubando minha paz
E nem quero mais
Sorrir.
A escuridão noturna vai te raptando
Sua sombra vai se adaptando
Ao breu
Enquanto eu
Derramo-me...
Quando você se despede
E vai embora
Caio na cama como se tivesse o vírus Ebola
O tempo me embola
E agora?
Dar vontade de segurar em teu braço
Ofertar um abraço
E não deixar você sumir do mapa
Deixando-me sem capa.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
OUTUBRO ROSA
Todos juntos
Todos na luta
Contra o câncer de mamas
Atacante das damas
Do mundo inteiro.
A mulher precisa conhecer seus seios
Precisa detectar algo anormal
Que pode ser o mal
O câncer.
Caso encontre algum tumor
Jamais perca o bom humor
Por que de início
Há chance de cura
Verdade pura.
- Mulheres! Façam a mamografia
Façam a colposcopia
Façam a colonoscopia
Enquanto há tempo
E contentamento.
Outubro Rosa
Momento de sensibilidade
Momento de flexibilidade
Momento de batalha
- Que negócio de mortalha!
Todos na luta
Contra o câncer de mamas
Atacante das damas
Do mundo inteiro.
A mulher precisa conhecer seus seios
Precisa detectar algo anormal
Que pode ser o mal
O câncer.
Caso encontre algum tumor
Jamais perca o bom humor
Por que de início
Há chance de cura
Verdade pura.
- Mulheres! Façam a mamografia
Façam a colposcopia
Façam a colonoscopia
Enquanto há tempo
E contentamento.
Outubro Rosa
Momento de sensibilidade
Momento de flexibilidade
Momento de batalha
- Que negócio de mortalha!
DIAS DA SEMANA
Hoje é domingo
O primeiro dia da semana
Dele emana
Esperança
Aliança
Bonança.
Amanhã será segunda-feira
Venderei livros na feira
Sentirei saudades de hoje
Falarei do "ontem".
Depois de amanhã será terça-feira
Vou plantar batateira
Colherei batata
E não ata
É claro.
Em seguida virá a quarta-feira
Quando viajarei para Altaneira
Microrregião de Caririaçu
Situada ao sul.
Logo vem a quinta-feira
Voltarei da viagem
Desenharei uma imagem
De quem comanda meu coração
Há meses.
Chegará a sexta-feira
Tamparei o ouvido pra não ouvir asneira
Detesto besteira.
A vez do sábado
Do sétimo dia
Dia de alegria
Dia de descanso
Dado pelo Criador
O Senhor.
NADA DE RAIVA
Pego a vassoura
Com o maior trabalho
Puxo o galho
Junto o lixo numa
Ruma
Vem o vento
Desarruma
Tudo
Mas o perdoo
Nada de raiva
- Viu Paiva!
Caminho duas léguas
Esqueço do protetor solar
O sol queima minha pele
Nada repele
O sol não tem dó
Deito-me no pó
Quem sabe me aliviará a dor
Penso no ódio
Mas fico tranquilo
Nada de raiva.
Vou à Universidade Estadual Vale do Acaraú
Levo os papéis com trabalhos acadêmicos
Meus olhos estão anêmicos
Vem a chuva
Molha meus estudos
Os quais ficam inutilizados
Nasce uma angústia
Depois se some
Nada de raiva.
Tem gente que o vento esbraveja
Tem gente que o sol pragueja
Tem gente que a chuva não almeja
Só que... São inocentes
Não têm mentes
Eis o motivo de não termos raiva deles.
- COMO TU DESCOBRISTE?
Pus uma roupa de palhaço
Pus a máscara
Saí pelo mundo afora fazendo palhaçadas
Enquanto as criançadas
Soltas pelas calçadas
Compravam os pirulitos.
Quis me esconder da realidade
Quis eu fugir da vida real
Então queria ter experiência própria
Vivendo o cotidiano dum palhaço
O qual protege o braço
Com mangas longas.
Vestido de palhaço
Senti-me igual ator famoso de novela
Segurando a vela
Enquanto o Tarciso beijava a Glória.
O que mais me intrigou
Foi quando alguém chegou para mim e disse:
- Oi JB! Por que te ocultas?
Tentei entender
Quis me esconder
E uma única criatura desconfiou
Uma única.
Perguntei o porquê da desconfiança
Procurei saber onde errei
Pois achei-me profissional ao imitar um palhaço
Achava que jamais poderiam me decifrar
Por detrás do muro de aço
Estava eu
Um pedaço.
Simplesmente a pessoinha respondeu:
- Sua voz...
Foi ela quem te denunciou
Foi ela quem te revelou
Quando ninguém fala por você.
TEM GENTE DE OLHO EM NOSSAS PALAVRAS...
Quem disse que não sei?
Você poderá desconhecer
Mas eu bem sei que...
Somos monitorados
Somos filmados
Toda hora
Ora bolas!
Há um controle
Há vigilância
Uma questão
De segurança.
Se não fosse essa olhada de alguém
O mundo seria pior
Pois os demônios invadiriam nossa paz
E melhor...
As autoridades são constituídas por Deus
Como afirmam as Escrituras Sagradas.
É por isso que reflito ao falar ou ao escrever
Algo para você ler...
Não sou débil mental
Nem vadio
Sou sadio
E entendo que existem sistemas ou câmeras nos fiscalizando
Para "estudarem" nossa fala
Através da voz ou da escrita
Que não se cala.
Quando imagino o olhão que me fita
Mudo a direção de minha vista
Corro ao oculista
Mostro uma lista
De defeitos da córnea.
Não estamos sozinhos
Somos um conjunto de bilhões
Observando coxilhões.
Eu particularmente não sou uma ilha
Sou levado à inclusão social
Também digital.
Costumo pensar duas vezes antes de escrever ou falar
Por que sou sentimental
Detesto atacar alguém com palavrões
Respeito a cultura das nações
- Quem sou eu pra desafiar os olhões?
Olho por olho
Dente por dente
Rezava a Antiga Aliança
Pois hoje
Prega-se o amor
O perdão
De coração.
Ainda bem que tem gente de olho em nossos vocábulos
Só assim não ficarei na solidão
Pensando besteira de montão
Mas... Sinto emoção
Ao navegar no oceano da poesia.
BARRIGÃO
Eduardo cansou de ser barrigudo
Prefere ser apenas narigudo
E sisudo.
Eduardo cansou de dar barrigada
A ponto de jogar a vítima
Na barricada
Lá depois da serra
Onde o cabrito berra.
Eduardo aproveita a sombra da barriguda
Colhe paina
Depois espalha
A palha
De milho
Para os bichos
Famintos.
Eduardo namora uma barriguda
Que tem tosse aguda
E em nada ajuda.
Eduardo promete mudar de barriga
Ele vai penar
Ele vai suar
Na academia
Para perder caloria
E ficar light.
Eduardo sonha com uma barriguinha
A qual substituirá o barrigão
Que é um cão
Que puxa os músculos do coração
Causando a morte do miocárdio
Só em pensar nisso tudo arde.
Eduardo não quer mais sentir vergonha
Pois as pessoas pensam que ele dará a luz
- Meu Jesus!
ERA DA COLABORAÇÃO
Somos sortudos
Pois vivemos na Era da Colaboração
Ou Inteligência Conectada
Onde a juventude adora ficar ligada
Na teia de aranha
Que ora arranha
Ora diz: Você ganha.
Bem poderíamos ter nascido bem distante da Era da Colaboração
Mas aprouve a Deus
Nos presentear com esta era
E quem não se adaptar
Quem não aproveitar
Já era.
Nós seres humanos ficamos honrados
Em poder desfrutar do poder da tecnologia
Da força da economia
Da Era da colaboração
Da Inteligência Conectada
De gente informada
Gente formada.
Não tem como ficarmos calados
Ou cabisbaixos
Diante à Era da Colaboração
Da globalização
Da organização
Da comunicação
Da democratização
Da desmaterialização
Da competição.
Pois vivemos na Era da Colaboração
Ou Inteligência Conectada
Onde a juventude adora ficar ligada
Na teia de aranha
Que ora arranha
Ora diz: Você ganha.
Bem poderíamos ter nascido bem distante da Era da Colaboração
Mas aprouve a Deus
Nos presentear com esta era
E quem não se adaptar
Quem não aproveitar
Já era.
Nós seres humanos ficamos honrados
Em poder desfrutar do poder da tecnologia
Da força da economia
Da Era da colaboração
Da Inteligência Conectada
De gente informada
Gente formada.
Não tem como ficarmos calados
Ou cabisbaixos
Diante à Era da Colaboração
Da globalização
Da organização
Da comunicação
Da democratização
Da desmaterialização
Da competição.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
HEI DE APRENDER A CAVALGAR
Acho muito bonito ver alguém cavalgando
Fico doido pra montar em algum cavalo
Apesar do receio de embalo
Assim como o galo
Corre pra pegar a galinha
Na linha.
Não tenho vergonha de revelar
Eu não sei ainda cavalgar
Assim como jamais aprendi a nadar
Porém enquanto há vida
Há esperança.
Outrora eu era doidinho para aprender a dirigir carro
As pessoas me colocavam medo
E eu achava que nunca aprenderia
Só que pensei:
"Todos aprendem e por que ficarei atrasado?"
Depois trenei
Então consegui.
Voltando ao assunto...
Acho bonito ver a cavalgada
Vindo na estrada
E desejo fazer o teste na cavalgadura
Comendo rapadura
Tão dura.
Observo a cavalhada
Encho a boca d'água
Hei de aprender em breve
A cavalgar
Quando sou cavaleiro
Também cavalheiro.
- Lá vem o cavalo galopando!
Aproveitarei a oportunidade
Subirei mesmo sem habilidade
Mas ganharei capacidade
Aqui no campo
No hipocampo.
EXISTÊNCIA
Enquanto eu existir
Você verá meu corpo
Verá meu rosto
Com gosto.
Enquanto eu existir
As pessoas verão meus passos
Verão meus traços.
Enquanto eu existir
O mundo ouvirá minha voz
Dialogando com a foz
Do rio Waskofrajocys.
Enquanto eu existir
As nações saberão de mim
Saberão que fui um curumim
Do sertão nordestino.
Enquanto eu existir
Haverá refrão
Haverá pendão.
Enquanto eu existir
Respiro ar
Admiro o mar
E o luar.
Quando eu deixar de existir
Você não precisa mentir
Diga a verdade
Não sentirás saudade
De quem virou barro
De quem virou alma
De quem calou-se
Não mais rimou
Se desanimou
Parou.
COISAS RUINS FICARAM PARA TRÁS
A tristeza
A pobreza
O ódio
O plasmódio
A ganância
A ânsia
(Angústia)
Os problemas
Os enfisemas
Ficaram no passado
Ficaram para trás.
O amor
A flor
O perdão
A união
O abraço
O laço
A harmonia
A alegria
Estão no presente
Estão aqui.
A honestidade
A humildade
O entendimento
O pensamento
A sensatez
A honradez
O colo
O Moro
Estarão no futuro
Estarão na pauta.
DE VERDE
Estive cansado
Tão afobado
A ponto de cochilar em local público
Cedo da noite.
Cochilei
Quase sonhei
Mas foi real
A cena de quando você surgiu do nada.
Ao te ver
Imaginei-me depois da nuvem
O teu verde
Conseguiu me controlar
Ou me acordar.
Belisquei minha pele
Seria delírio?
Pus colírio
E meu olho
Confirmou
Que era você
De verdade
Nenhuma miragem
Linda imagem.
Pude ficar perto
Olhar aberto
Grudado no verde
Encantador
Enlouquecedor.
Toda vez que tu apareces de verde
Acontece a metamorfose
Fico esverdeado
Descontrolado
Alucinado.
De verde
Meu amor transborda
Meu sonho engorda.
CARRAPETA
Nem me lembro mais se já escrevi acerca da carrapeta
Só sei que trata-se duma ruiva
Conhecidíssima
Amicíssima
Riquíssima.
Carrapeta anda na rua como se estivesse flutuando
Carrapeta anda na rua como se fosse desfilando
E seu perfume (flor de cerejeira) toma conta da cidade.
Poucas fêmeas são semelhantes à Carrapeta
Até mesmo o capeta
Inveja a beleza dela.
Quando chega o período das férias
Carrapeta mata o verme viajando o mês inteiro
E é admirada pelo motoqueiro
Pelo padeiro
Pelo sorveteiro
Pelo marqueteiro
Pelo goleiro.
A Carrapeta leva consigo dois problemas graves:
É raiventa
É ciumenta.
EU TENHO SAPINHO...
Minha cunhada morre de rir
quando conto isso aqui
que você vai já ouvir...
Eu tinha uns dezessete anos de idade
e uma garota formosa me admirava
ou seja, ela me paquerava
então acabei me apaixonando também
a ponto de namorarmos no trem
na ida ao colégio Dom Pedro Segundo.
No princípio de tudo
a menina queria conhecer o meu caráter
daí fazia mil perguntas
parecia uma repórter na hora da entrevista
e de vista
fiquei um pouco tímido.
Certa tarde voltávamos da escola
o trem vinha embalado
e eu tão calado
enquanto ela me indagava:
- Sim... me conta algum segredo...
Jurei revelar o segredo
mas senti medo
pois ninguém poderia saber
inclusive minha mãe
a qual me daria uma tremenda surra.
Gaguejante disse para a jovem que...
Eu... tinha... sa-pi-nho...
Isso mesmo que você ouviu:
Sapinho.
Pense na reação da princesa!
Ela jogou os livros em meu rosto
falou que eu era enganador
disse que tudo acabara
pois não mais beijaria lábios doentes
isto é, boca com sapinho
resumindo: Foi o maior escândalo
enquanto os passageiros do trem ficaram horrorizados
e meus olhos envergonhados.
A garota que parecia anjo
transformara-se depressa em demônio
e foi uma luta para tentar me explicar
foi difícil declarar
que houvera um mal entendido.
Comecei a retrucar
falei que eu criava um sapo pequeno às escondidas
falei que eu cuidava dum sapinho ou filhote de sapo
falei que eu alimentava um anfíbio no quarto...
Afirmei que jamais tive sapinho ou candidíase
(infecção por fungo)
disse que poderia provar a ausência
da doença
então... abri a boca bem grandão para que examinasse
aí... ela me pediu desculpas
com inédito beijo
inesquecível...
terça-feira, 17 de outubro de 2017
SEU ZECA PEPINO
Conheça a estória de um homem que vive perdido na vida
Distante da globalização
Longe da conurbação
Alheio ao convívio social.
Estou falando de seu Zeca Pepino
O qual mora dentro das matas paraenses
Desconhece as artes circenses
E nunca viu as terras cearenses.
Seu Zeca vive perdido no mundão que nosso Senhor criou
Vive igual bicho brabo
Quando desconfia da presença de alguém
Ele dar um brado
Ele é grosso.
Seu Zeca Pepino
Nunca viu o mar
Nunca viu o poetar
Nunca viu o trem apitar.
Pobre homem!
Nem sabe o que é ler
Tampouco escrever
Imagina viver...
Seu Pepino
Precisa descobrir o sabor da poesia
Ele precisa largar a monotonia
Ele deve socializar-se
Pois a vida é tão breve
E é proibido fazer greve
De viver.
Quando entrevistaram seu Zeca
Perguntaram-lhe se já viu um dólar
Então ele disse que tem medo de coisa do além
Prefere morar sem ninguém
(Seu Zeca pensou que dólar fosse um monstro).
Muita coisa para seu Zeca Pepino aprender
- Vamos ajudá-lo a se desenvolver?
Vamos ajudá-lo a ler
E a escrever?
JAMAIS TEREI A CORAGEM DO CACHORRO
O cachorro anda pelado pelo meio da rua
O cachorro detesta calça comprida
Ou blusa de mangas longas
- E cuecas?
Nem se fala
Pois ele se cala.
O cachorro faz a necessidade fisiológica em praça pública
Ele levanta a perna
Faz cocô
Faz xixi
E a Vivi
Admira-se.
O cachorro comete atentado ao pudor
Quando gruda-se sexualmente à cadela
Sua amante querida
No meio da avenida
Onde desfilam crianças
Adolescentes
Jovens
Senhores
Senhoras
Anciãs
As mamães.
O cachorro é um ser irracional
Enquanto sou racional
Sei do que se trata a razão.
Até entendemos os espetáculos pornôs dos cães
Que agem pelo instinto
Porém eu sou distinto
Você também
E penso duas vezes antes de ter o ato de coragem dele
- Né!?
CAÇADA NO TERRITÓRIO DAS BACTÉRIAS
Pra quem não sabe
Sou caçador de bactérias
Caçador-coletor
- Já ouviu falar?
Pois bem
Eu me armei
Eu me preparei
A fim de caçar bactérias
No território próprio delas
O qual você conhecerá daqui a pouco.
Levarei comigo um infectologista para juntos investigarmos:
O bairro de espirilos
A região dos diplobacilos
A comunidade dos estreptobacilos
A colônia de bacilos
A colônia de cocos
O monte de estafilococos
A tribo de estreptococos
As bactérias aeróbicas
As bactérias anaeróbicas
A casa do vibrião
O habitat de espirogueta
O ambiente de sarcina.
Acabei de chegar no território das bactérias
Quando o relógio digital marca catorze horas e dezessete minutos
Quando o tempo se fecha
E retiro o microscópio da mochila
Mas antes tomo amoxicilina
Para sarar o ferimento da perna.
Poxa! Encontrei um celular com cerca de de mil bactérias por centímetro quadrado
Avistei um bebedouro público com mais de trezentos tipos de bactérias
E presenciei um espirro que espalhou pelo ar aproximadamente dez milhões de bactérias
- Sério.
No território das bactérias
Acabo de ver departamentos que mexem desses micoorganismos
Como por exemplo:
O corrimão de ônibus
O carrinho de supermercado
O caixa eletrônico
O telefone público
A maçaneta da porta da loja
Onde o bichinho se aloja.
Cacei várias bactérias
Todas moradoras de uma manzorra suja
Vou levando a mochila cheia
A trabalhosa é a mais feia
Que vai levar álcool em gel na cara.
- Não entendeste?
O território do qual estou falando
É uma mão imunda, suja, fétida, etc.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
CAIO E ME LEVANTO
Caí do galho duma árvore
Quebrei o braço
Fiquei sem abraço
Feri o nariz
Bati a cabeça numa pedra
Mas não fiquei jazido pelo chão
Alguém tocou em minha mão
Ajudou-me a levantar
E pude me apoiar.
Estava eu no topo de uma montanha
Escorreguei de lá
Vim bolando como bolão de barro
Caí em cima dum carro
Amassei o veículo alheio
Quebrei a perna esquerda
Arrebentei meu rosto
Tive desgosto
Era agosto
Mas me levantei
Não estagnei.
Levei imensa queda duma escada
Rachei o crânio
Sério dano
Mas fiquei são
Ergui-me do chão.
O piso lá de casa estava liso
Escorreguei sem querer
É claro!
Foi horrível o acidente
Fui parar no hospital
Mas venci o mal
Levantei-me da cama
Pois a gente deve realizar o que ama
Ou seja, escrever
Digitar
Te ver.
OLHANDO-TE DOS PÉS À CABEÇA
Olho os teus pés
mudo a vista
disfarço
refaço
olho teus pés de novo
olho os dedos
olho as unhas
somente algumas
por que o tempo é curto
e curto
depois compartilho.
Olho tuas pernas
faço de conta que nada vi
olho para um dálmata na rua fazendo xixi
retorno o olhar
olho o joelho
olho o espelho
olho a batata
depois as coxas
e me sinto um trouxa
sem poder te apertar.
Olho teus braços
desvio o olhar
logo me pego te observando novamente
(você nem percebe)
quando olho tuas mãos
olho teus dedos
olho tuas unhas
somente algumas
por que sou tímido
e temo a sua reação
oriunda do coração.
Olho teu pescoço
vejo osso
despisto a visão
assisto televisão
volto o olhar
bilo teus lábios
bilo os dentes
bilo as orelhas
admiro o nariz
e desejo ter você
do jeito que eu sempre quis.
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