quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CINCO DA MANHÃ




O despertador toca
Cinco da matina
Corro pra cantina
Lanchar
Depois trabalhar
Pra me sustentar.

O relógio bate
Cinco em ponto
Tomo espanto
Pulo da cama
Tiro do peixe a escama
E você diz que me ama.

O locutor repete:
São cinco da manhã
Bom-dia
Pra tia
Pra vovó
Pra Totó
Para todos ouvintes.

São cinco da manhã
Vontade imensa de cochilar mais
Só que preciso de muitos reais
Pois tenho que encher a pança
Tenho que deixar de ganância
E ser feliz
Do jeito que eu sempre quis.

O trem apita
Sei que é o das cinco
Ele não se engana
Desperta-me
Alerta-me
E tomo banho
Tomo café
Vou ao meio de ganho
De boné.

Chego da labuta
Tento descansar
Começo a abrir a boca
Caio no sono
De repente
O despertador toca de novo
Cinco da manhã
Hora de as mangas arregaçar
Hora de lutar.

Quando são cinco da manhã
Dar vontade de ser rico
Dar vontade de não lavar o penico
Prosseguir roncando
Igual o patrão
Que despede o peão
Que vira ladrão.

Cinco da manhã
Juro não murmurar
Não quero ser mandão
Não quero ser patrão
Quero ser eu mesmo
Eu mesmo.





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