Ontem à tardinha
Dei de cara com o tal carrapato
Grudado dentro do ouvido da cadela Baleia
Que vive se coçando com a pata
Quando vem do mato
Vem da caça
Roçando-se em minha calça.
Olhei dentro dos olhos do carrapato
Ele deu um salto
Dizendo ter horror a assalto
Então briguei com ele
Falei que crio também coelho
Mas viro cobra
Caso alguém venha roubar o sangue dos meus bichos.
O safado do carrapato pediu desculpas
Afirmou não ter culpa
De ter nascido hematófago
E passou na minha cara:
- Vá reclamar de Deus que me produziu assim!
Meio sem palavras
Quis eu revidar
Porém preferi me calar
E fui embora.
No dia seguinte...
Lá estava o carrapato parasita no buraco da orelha da pobre Baleia
A qual se espojava na areia
Lutando para retirar o sem-vergonha.
Chamei o senhor carrapato pra luta
Foi enorme a disputa
Ao me agarrar com o pescoço dele
Espremi o corpo dele
Jorrou o sangue canino
- Arre! Quanto nojo!
Dei-lhe a maior surra dos últimos tempos
Esbofetei a cara do covarde
Todavia até hoje minha pele arde
Da alergia que aquele desgraçado deixou.
Ainda assim não guardo mágoa
E vez por outra...
Encontro o carrapato chato
Chupando a orelha, o olfato
Da paciente Baleia
Que dorme na areia.
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