segunda-feira, 7 de agosto de 2017
A PENA DO PARDAL
O pardal voara do galho da goiabeira
Deixando seu ninho
Com uma pena.
Mas o que é uma pena?
Para você poderá ser insignificante
Porém eu acho algo elegante.
Já que não posso possuir o pardal inteiro
Usufruo da beleza de sua pena
A qual me inspira a criar uma cena
Depois uma estrofe.
Pego a pena entre os dedos da mão esquerda
Ponho-a entre o pelo da cabeça e a orelha direita
Daí me olho no espelho da varanda
E parece que o tempo anda
Anda, anda, anda
Sem paradeiro
No braseiro.
Rodopio ao redor do pé de goiabeira
Talvez o pardal retorne
Para que eu o devolva a pena
Que pena! Ele foi-se de vez
Não virá outra vez.
Passo a caducar com a pena
Enfio-a no orifício do ouvido esquerdo
Sinto cócegas
E de cócoras
Morro de saudades
Das tardes
Onde brinquei com o pardal
Ao som do seu cântico
Aqui perto do pântano.
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