domingo, 28 de maio de 2017

O MENINO PINDUCA


Resultado de imagem para paraquedas

Pinduca era um garoto da zona rural
Ele viveu na seca em dia mau
E sempre fora doido pra viajar de avião
Porém não dispunha sequer dum carrinho de mão
Nem pensar em caminhão
Para pegar o volante na contramão
Em dia de verão
No sertão.

Pinduca assistia o jornal
O dia prosseguia mau
Olhava pro alto o avião
Via também o gavião
Desejava criar asa
Mas por enquanto só esperança
Pois não possuía nenhuma herança
Para comprar pelo menos um fusquinha
Um fusca de brinquedo
Para brincar bem cedo
Em meio ao bredo.

Pinduca continuou assistindo o jornal
O dia só trazia mal
Viu a cena dum menino passeando de camelo
Ele aproveitava para vender caramelo
Viu outro garoto andando em cima dum jumento
Aproveitou e fez um voto ou juramento:
"No dia que eu ficar grande
Vou-me embora pro Rio Grande
Lá procuro um emprego
Embora seja de galego
Então realizarei meu sonho
De voar sentado na poltrona do avião
Aquele bichão".

Pinduca procurava ser um menino normal
Não podia ver um burro correndo na estrada carroçal
Que subia logo na carroça puxada pelo animal
Que também enfrentava a sede do dia mau
Mas o pivete queria mesmo era avião
Pra voar bem altão.

Pinduca ganhou umas pernas de pau
Ganhou depois um esqueite
Pra voar na pista
Ganhou da madrinha um disquete
Depois uma mobilete
Depois uma bicicleta
Depois um patins
Depois uns patinhos
Porém o sonho era avião
Pra seguir rumo ao Maranhão.

Pinduca construiu um paraquedas
Era astuto
Tentou realizar o intuito
Subiu no telhado de casa
Levou uma queda
Quebrou as duas pernas
Caiu em cima das cisternas
Seus pais pegaram lanternas
Acharam o filho paraplégico
Declarado pelo médico.

Pinduca passou a andar em cadeira de rodas
Portanto o sonho não apagou-se
Deixou de lado algumas modas
Menos o desejo imenso de avião
Que sobrevoa o sertão.







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