Eu não quero mais cair na armadilha
Não quero mais perder a liberdade
Gosto de andar pela cidade
Livre de algemas
E buscando estratagemas.
Sofri demais ao ser apanhado na arapuca
Abusei comer todo dia a fécula da araruta
Descobri que a prisão sufoca
Ela nos enforca
Sem dó
Viu!
Há dois dias vi uma sabiá pagando pena
A bichinha canta bonito
Mas como estava presa na arapuca
O canto parecia agouro
No matadouro.
Deus criou as aves com asas para voar
E os homens inventaram a arapuca para atrofiar
A liberdade
A habilidade.
Quem mora na arapuca
Vive igual a Pucca
Sem voz
Sem vez
Sem liberdade de expressão
Na pior pressão
Na opressão.
É melhor ser tomado pela arapuca
É melhor ser fisgado pelo alçapão
Do que cair na perpétua prisão
Pelo nome de gaiola
Que esfola.
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