Olho-me no espelho
fico espantado
tão assustado.
Corro para o quintal
olho-me em outro espelho
e lá vejo o mal.
Repito a olhada do espelho
espremo uma espinha
limpo o dente com linha.
Volto ao espelho
tenho desgosto
em agosto.
Retorno ao pé do espelho
passo o pente no cabelo
continuo com medo.
Medo de mim mesmo
medo do ego
que me torna cego.
Chega o bem-te-vi
Cumprimenta todo mundo
Pega o microfone
Começa a cantar
Com o vozeirão afinado
E fico admirado.
Noutro galho da árvore
Canta o gavião
Pronto com o bicão
Pra comer um pássaro pequeno
Pois é ladrão.
Noutra folhagem canta a rolinha
Com a garganta profissional
Traz o talento natural
Do jeito que Deus inventou.
Também podemos ouvir o canto do rouxinol
O qual encanta
Ele canta
Como ninguém.
Para terminar
Canta a sabiá
A ave sábia
- Sabia?
Grande novidade
Presente da atualidade
Poder
Ver
Você
Três
Vezes
No
Mesmo
Dia
(...)
Já fiquei sem te ver
Dias
Meses
E
Anteontem
Foram
Três
Vezes
(...)
Foi meu dia de sorte
Pois pude ver você
Em cada turno
Manhã
Tarde
E
Período
Noturno
(...)
Rosalba vinha de longe
andando a pé
no sol quentíssimo
no horário de quase meio-dia
e nada de alegria
apenas cansaço
com suor.
Rosalba orou a Deus somente em pensamento
pediu que o sol diminuísse o calor
e com amor
Deus desligou o botão da energia solar
fazendo a mulher chorar
por ser ouvida pelo Criador.
Rosalba veio caminhando até em casa chegar
e o sol escondeu-se por trás das nuvens
a luz diminuiu
o vento aliviou o calor
- Que amor!
Hoje
Dia nove de novembro
Às dezesseis e quarenta e dois
Tarde de sábado
Cheguei
Chegamos
Aos seis mil capítulos
Seis mil poemas
Seis mil pérolas
(...)
Não foi fácil
Foi difícil
Assim como chegar ao topo dum edifício
Mas... chegamos.
Estamos em clima festivo
Façamos um banquete global
Com a comunidade mundial
Para homenagearmos aos leitores
Depois o escritor
Que depende do público
Para viver
As frases
As fases
Os vocábulos
As letras.
Estou sem palavras
Sinto algo inexplicável
- Obrigado povo amável!
Se Deus quiser
Se Ele permitir
Alcançaremos os dez mil textos
(...)
Comecei a te desenhar
desenhei os pés
as pernas
o umbigo
os braços
o rosto
com gosto
e parei
nos lábios.
Iniciei a pintura
pus a gravura
a escultura
no quadro
na parede.
Estive com a boca ressecada
Joguei água na boca
Ela ficou aliviada.
Morri de sede
Balancei-me na rede
E só fiquei sossegado
Quando pus água na boca.
Vi o lindo oceano
As ondas esverdeadas
E de costas
Sei do que tu gostas
- Água na boca.
Olhei-te de soslaio
Deu-me água na boca
Pois és meu aio
Meu raio.
Olho-me no espelho fico espantado tão assustado. Corro para o quintal olho-me em outro espelho e lá vejo o mal. Repito a olhada do espelho...
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